“Se um Orçamento do Estado for completamente contrário ao que entendemos para Portugal, obviamente que preferimos que não haja estabilidade e se consiga um documento melhor do que, em nome da estabilidade, ter um documento mau”, afirmou Rui Rio, questionado pelos jornalistas no final de uma reunião de quase duas horas com a UGT, em Lisboa.
O líder social-democrata salientou que o PSD e ele próprio “defendem em primeiro lugar a estabilidade política” e o cumprimento das legislaturas até ao fim.
“Mas, o PSD nunca poderá concordar com um documento que possa ser completamente contrário ao que o país necessita”, disse, referindo-se ao Orçamento do Estado (OE) para 2019.
Rio sublinhou que não existe ainda qualquer esboço do documento orçamental e que esse terá de ser analisado em devido tempo, mas recordou o histórico dos últimos anos, em que o PSD votou sempre contra os Orçamentos do Estado do atual Governo socialista.
“Os Orçamentos até hoje foram suportados pela maioria parlamentar que se formou na sequência das eleições de 2015, é a essa maioria parlamentar a quem compete continuar a aprovar um Orçamento de Estado que se supõe que vai na mesma linha”, disse.
Questionado então se o OE 2019 for na mesma linha dos anteriores o Governo não poderá contar com o voto do PSD, Rio respondeu: “Isso é evidente”.
Em entrevista à Rádio Renascença e ao jornal Público, divulgada na segunda-feira, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, avisou, que pode antecipar as eleições legislativas se o Orçamento do Estado para 2019 for chumbado.
O chefe de Estado dramatizou a importância da aprovação do próximo Orçamento, e advertiu: "É tão fundamental para mim, que uma não aprovação do Orçamento me levaria a pensar duas vezes relativamente àquilo que considero essencial para o país, que é que a legislatura seja cumprida até ao fim".
Questionado se pensa que, num cenário de desentendimento entre o PS e os partidos à sua esquerda, o PSD pode abster-se na votação do Orçamento para evitar uma crise política, Marcelo Rebelo de Sousa remeteu a pergunta para Rui Rio.
"Não sei, isso é uma pergunta a colocar ao líder do PSD", disse o chefe de Estado.
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