“Acho que é impossível fazer justiça se não se olhar para as carreiras todas e não se fizer uma reforma a sério. Existe um problema transversal de carreiras congeladas que tem de ser resolvido. Perante tantas carreiras na função pública, o país vai ter de olhar para as carreiras todas e procurar uma uniformização”, afirmou Rui Rio após receber a Associação dos Profissionais da Inspeção Tributária, na sede distrital do PSD/Porto.
O líder social-democrata explicou que esta “não é uma proposta que se faça no Parlamento”, mas um processo que “demora uns anos”, acrescentando estar convencido de que a medida “tem de ser incluída no programa eleitoral do PSD” e sustentando que “todos os partidos” deviam fazer o mesmo.
“É imperioso para o país”, defendeu.
De acordo com Rio, “perante tantas carreiras congeladas na função pública, o país vai ter de olhar para as carreiras todas e procurar uma uniformização”.
Rio esclareceu não estar “a criticar este nem nenhum outro governo”, mas a “fazer uma análise da situação” que encontra.
Questionado sobre os motivos para as desigualdades na progressão das diferentes carreiras da função pública, o social-democrata disse que “o critério que tem presidido ao longo dos anos é a pressão social e a força dos sindicatos”.
“Uns têm mais, outros menos”, referiu.
Rio considerou ser “impossível fazer justiça se não se olhar para as carreiras todas e não se fizer reforça a sério”.
O líder social-democrata admitiu que “todos” os grupos profissionais que reivindicam “terão razão”, mas defendeu ser “preciso ver [o problema] como um conjunto”.
“Muitas vezes, antes de mais dinheiro, as pessoas querem uma carreira. Essa evolução nas diversas carreiras tem de ter equidade”, sustentou.
Rio explicou ter falado sobre o assunto com a UGT e com a Associação dos Profissionais da Inspeção Tributária, que aos jornalistas alertou que o atual projeto legislativo para as carreiras daqueles trabalhadores pode “colocar em causa” futuras “operações Furacão”, ou outras de combate à “fraude e evasão fiscal”.
Nuno Barroso, daquela associação, explicou que o projeto legislativo existente “não defende a Autoridade Tributária (AT)” nem os seus trabalhadores”.
“Estamos a defender um corpo de inspeção tributária da administração publica. Este é único corpo de inspeção em que os seus membros usam carro e telemóveis próprios para servir o Estado e os portugueses”.
O responsável explicou que operações de combate à evasão e fraude fiscal “não voltam a acontecer num futuro tão próximo” devido à ausência de “especialização”.
“Estamos a falar de trabalhadores indiferenciados que podem, de manhã, estar a fazer operação STOP e à tarde estar na Alfândega”, observou.
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