"Eu pensei bem antes de fazer a indicação e acho que pensei demais e a única decisão possível é essa que eu tomei. Qualquer outra decisão era uma decisão até de uma certa cobardia", disse Rui Rio, que falava aos jornalistas em Coimbra, antes de participar numa sessão com militantes, no âmbito das eleições à liderança do PSD.
Rui Rio comentava a notícia avançada pela SIC Notícias e pelo Express ‘online’ da decisão de ter indicado para o Conselho Superior do Ministério Público o advogado Rui Silva Leal, marido da deputada e porta-voz do PSD para a área da Justiça, Mónica Quintela.
O líder social-democrata salientou que Rui Silva Leal "tem o perfil adequado" para o cargo para o qual foi indicado e que esta é apenas uma indicação e não uma nomeação, que ainda terá de ser votada pelos deputados na Assembleia da República.
"Vai para um cargo que nem sequer vencimento tem. Coisa diferente é nomear dez ou 12 ou 15 ou 20 pessoas para cargos executivos, com vencimento e vencimento pago por mim", frisou.
Para Rui Rio, este caso não tem "paralelo nenhum com nomeação de familiares em catadupa para órgãos executivos pagos por quem nomeia", referindo que as críticas internas a esta decisão surgem num clima de eleições internas.
"Escolha provocadora era nomear a minha filha que anda no 1.º ano de Direito. Isso seria uma coisa mais própria do ‘familygate'", comentou.
Segundo o líder do PSD, só há "uma ligeira confusão" em torno desta indicação "porque daqui por menos de um mês há eleições internas" no seu partido.
"Eu não me podia acobardar por causa desse facto. É mais importante o interesse do país e o bom desempenho do Conselho Superior do Ministério Público do que andar aqui a fazer gestão da eleição", acrescentou.
"Esta é a decisão correta, mais ainda uma pessoa que tem o perfil correto e exato para o lugar e penso que os deputados vão votar nele e nos outros [indicados] justamente por causa disso", vincou.
Além de Rui Rio, são candidatos à liderança do PSD o antigo líder parlamentar Luís Montenegro e o vice-presidente da Câmara de Cascais, Miguel Pinto Luz.
As eleições diretas para escolher o próximo presidente social-democrata realizam-se em 11 de janeiro, com uma eventual segunda volta uma semana depois.
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