“Acho que foi um discurso importante, porque desde logo deixou sinais muito relevantes daquele que será o posicionamento do PSD relativamente a esta maioria de esquerda”, afirmou.

Na opinião do dirigente, Rui Rio “deixou um conjunto de indicações importantes para o Partido Socialista e para o Governo, desde logo que não poderá continuar a fingir que governa, e que o PSD será uma oposição atenta e exigente, como tem sido nestes anos, no sentido de realçar a falta de coragem deste Governo em fazer um conjunto de reformas que o país precisa”.

As palavras de Rio demonstraram também “uma atitude de grande convicção relativamente à forma como o PSD se apresentará aos próximos atos eleitorais”, e configuraram “um discurso apaziguador, construtivo, de alguma forma também agregador para dentro do partido, o que é um sinal encorajador para o futuro”.

Questionado sobre o facto do presidente eleito ter vincado que o objetivo do partido é “sempre ganhar”, tendo qualquer hipótese de Bloco Central, Marco António Costa salientou que “Rui Rio disse aquilo que é esperado no partido”.

“O nosso partido nunca parte para eleições para perder, tem uma ambição de liderar e de governar”, acrescentou, elencando que foram deixados “sinais muito claros ao Partido Socialista, ao Governo e à maioria de esquerda, que está disponível para ter uma atitude construtiva, servir Portugal, mas ser exigente e fazer uma oposição rigorosa e exigente relativamente aquilo que é importante para o país”.

Perante isto, Marco António manifestou-se também convicto de que o partido terá “capacidade de vencer as eleições legislativas daqui a dois anos” e liderar sem recurso ao Bloco Central.

Sobre o líder cessante, Pedro Passos Coelho, o dirigente salientou que é “um homem dedicado à causa pública”, com “desprendimento pessoal relativamente ao interesse pessoal, mas sempre colocando em primeiro lugar o interesse público”.

“As críticas que deixou foram assertivas, e acho que o congresso se despediu dele com carinho, e ele sai de líder do PSD com todo um futuro pela frente, que o país precisa. O doutor Pedro Passos Coelho é, sem dúvida, um político que Portugal precisa e que seguramente tem muito para dar ao país no futuro”, defendeu.

Apontando ser “inquestionável, goste-se ou não dele, que prestou um serviço insubstituível ao país”, Marco António Costa mostrou-se desejoso que Passos “pudesse dar mais ao país, como deu no passado”.

O 37.º Congresso Nacional do PSD decorre no Centro de Congressos de Lisboa até domingo.