“Está em vigor neste momento um plano parecido, batizado em 2014 como Peti3+, e a esse plano de investimentos falta executar neste momento 80%”, apontou Rui Rio, em conferência de imprensa na sede do partido, em Lisboa, durante a reunião da Comissão Política Nacional do PSD.
Segundo as contas do líder do PSD, o Governo executou até agora uma média de 300 milhões de euros, mas propõe-se executar no próximo plano 20 mil milhões em dez anos, seis vezes mais.
“Quais as razões para o falhanço em matéria de investimento público? Se não identificarmos as razões, como faremos seis vezes mais?”, questionou.
Questionado se o PSD está disponível para aprovar o diploma do Governo, Rui Rio não se comprometeu.
“A nossa posição é a de sempre: disponíveis para fazer acordos e falar com os outros partidos em matérias estruturais para o futuro de Portugal”, disse.
No entanto, se o objetivo do Governo for “limpar a sua fraca execução” do plano de investimentos anterior ou aprovar o diploma “a correr em 15 dias ou um mês”, então não poderá contar com o PSD, assegurou.
Rui Rio salientou também a importância de serem ouvidos os autarcas neste processo e para a necessidade de dar atenção a “pequenos investimentos” que podem ter um efeito multiplicador na economia.
Questionado sobre a opinião do Presidente da República favorável à abolição das propinas – contra a posição do PSD e da que tinha Marcelo Rebelo de Sousa quando era líder do partido -, Rio escusou-se a fazer comentários, dizendo “respeitar totalmente” as posições do chefe de Estado.
Marcelo Rebelo de Sousa enquadrou hoje a posição que assumiu na terça-feira sobre o fim das propinas a prazo, defendendo que é estratégico e se impõe como objetivo nacional recuperar o atraso que Portugal mantém nas qualificações.
Numa nota publicada no portal da Presidência da República na Internet, Marcelo Rebelo de Sousa refere que, "enquanto cidadão, sempre foi favorável à existência de um regime de propinas, considerando que os montantes deviam refletir a capacidade económica dos que as pagavam, de forma direta ou com recurso a esquemas de ação social escolar".
"E, como presidente da Comissão Política Nacional do PSD, optou, em 1997, pela abstenção na votação da proposta de lei do Governo socialista, viabilizando-a, sem com ela, cabalmente, concordar", acrescenta.
No entanto, argumenta que "a experiência destes últimos vinte anos mostra que o país não recuperou o seu atraso nas qualificações como seria desejável, daí a necessidade de se enfrentar a questão de estrangulamento na passagem do ensino secundário para o ensino superior".
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