“Hoje o movimento é do interior para o litoral, vamos ver se temos políticas em Portugal para que, no espaço de dez anos, o movimento comece a ser do litoral para o interior, porque o interior tem melhor de qualidade de vida, mas atualmente não tem a esperança e ambição”, afirmou o líder do PSD, na apresentação dos candidatos do partido à Assembleia da República por Portalegre, pouco depois de ter encerrado a Universidade de Verão do partido.

Na apresentação, que decorreu num jardim em Castelo de Vide, perante cerca de trinta pessoas, Rui Rio reconheceu que é “materialmente impossível” ter um país equilibrado no espaço de uma legislatura.

“Mas é possível começar a ter políticas com coragem e com força que comecem a inverter a situação”, defendeu, retomando a ideia que tem defendido nos últimos dias de que está disposto a “comprar uma guerra” pela descentralização e desconcentração.

Rio, que confessou ter uma ligação afetiva ao distrito por ter feito a tropa em Elvas, lamentou o “definhar” de Portalegre em termos demográficos, que o faz eleger apenas dois deputados.

“Temos todos no país de ser solidários com o interior, ver o interior a definhar como temos visto é uma dor nacional”, referiu, prometendo incluir este tema no seu discurso por todo o país na campanha às legislativas de 06 de outubro.

Antes, o líder da distrital de Portalegre do PSD e cabeça de lista do partido pelo distrito, António Miranda, tinha corroborado as preocupações do presidente do partido.

“Temos de descentralizar, temos de ter um Governo com coragem que não olhe para o número de votos, mas para a qualidade de vida das pessoas que optaram por ficar”, defendeu.

Em 2015, a coligação PSD/CDS-PP obteve 27,63% dos votos em Portalegre e elegeu um dos dois deputados do distrito, Cristóvão Crespo, sendo o outro parlamentar do distrito do PS, que conseguiu 42,43%.