Por volta das 10:00 o rio que atravessa aquela localidade do distrito de Vila Real continuava a subir, mas com menos intensidade, agora a “um centímetro por hora”, face aos 10 centímetros por hora que se registaram durante a noite.
"Temos já uma área inundada bastante significativa, atingindo níveis das cheias de 2010", explicou o comandante da Proteção Civil municipal, Sílvio Sevivas.
Além da inundação de alguns estabelecimentos comerciais no centro histórico, junto à zona ribeirinha, a preocupação prende-se com o condicionamento do trânsito na Avenida Dom João I e numa rua paralela, Dom Afonso III, zona que concentra várias superfícies comerciais e restaurantes.
Também o trânsito está condicionado desde quinta-feira à tarde na envolvente do rio por motivos de segurança.
"Temos essas estradas condicionadas ao trânsito, mas estamos a tentar repor a situação", acrescentou.
Face ao caudal normal do rio Tâmega, este já subiu cerca de 3,13 metros, o que causou a inundação da Veiga de Chaves, que ocupa uma área de 2.500 hectares e que tem cerca de 8,5 quilómetros de comprimento e três de largura, deixando algumas habitações circundadas por água.
"Há habitações que estão circundadas por água, mas as pessoas continuam no seu interior, depois de terem salvaguardado os seus bens, graças à prevenção feita na quinta-feira", vincou Sílvio Sevivas.
Até ao momento não foi ainda necessário proceder a qualquer realojamento, adiantou.
Junto à ponte romana, no centro histórico de Chaves, os populares têm-se concentrado para acompanharem a evolução da subida do rio e até registarem o momento em fotografias.
Isalina Correia, de 84 anos, acorreu a um dos locais mais afetados pelas cheias por ter vivido vários anos numa casa junto à ponte romana.
"Lembro-me de cheias bem piores do que estas, em que a água chegava até ao pescoço para entrarmos em casa, mas se continuar assim e vier mais água de Espanha pode ainda piorar", alertou.
A Proteção Civil alertou na quarta-feira para a possibilidade de "inundações rápidas em meio urbano, por acumulação de águas pluviais ou insuficiências dos sistemas de drenagem", e "inundações por transbordo das linhas de água nas zonas historicamente mais vulneráveis".
A passagem da depressão Elsa, em deslocação de norte para sul, provocou em Portugal dois mortos, um desaparecido e deixou 70 pessoas desalojadas, registando-se até à manhã de hoje mais de 6.200 ocorrências.
Num balanço feito à agência Lusa cerca das 09:00 de hoje, o comandante Paulo Santos, da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), disse que foram registadas 6.237 ocorrências desde quarta-feira, afetando em especial os distritos de Porto, Viseu e Lisboa.
O IPMA alertou para os efeitos de uma nova depressão, denominada Fabien, que atingirá Portugal no sábado, em especial o Norte e o Centro, estando previstos intensos períodos de chuva e vento forte de sudoeste, com rajadas que podem atingir 90 km/hora no litoral norte e centro e 120 km/hora nas terras altas.
Segundo o IPMA, os efeitos da depressão Fabien não deverão ter em Portugal continental a mesma intensidade do que os da tempestade Elsa, prevendo-se uma melhoria gradual do estado do tempo a partir de domingo.
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