De acordo com o Inquérito às Condições de Vida e Rendimento, realizado em 2019 sobre rendimentos do ano anterior, 17,2% das pessoas estavam em risco de pobreza em 2018, menos 0,1 ponto percentual (p.p.) face a 2017 e menos 3,2 p.p. do que em 2003.

A taxa de risco de pobreza correspondia, em 2018, à proporção de habitantes com rendimentos monetários líquidos inferiores a 6.014 euros anuais, o equivalente a 501 euros mensais, mais 34 euros relativamente a 2017.

A redução do risco de pobreza abrangeu em particular as crianças e os jovens, passando de 19% em 2017 para 18,5% em 2018, e a população idosa de 17,7% para 17,3%.

“Apesar da redução do risco de pobreza infantil, em 2018 a presença das crianças num agregado familiar continuava a estar associada a um risco de pobreza acrescido, sobretudo no caso dos agregados constituídos por um adulto com pelo menos uma criança dependente (33,9%) e naqueles constituídos por dois adultos com três ou mais crianças dependentes (30,2%”), refere o INE.

Em 2018, também baixou o risco de pobreza para as mulheres em 0,1 p.p. relativamente a 2017, de 17,9% para 17,8%, tendo-se mantido nos homens (16,6%).

Já na população empregada, o risco de pobreza aumentou, situando-se nos 10,8% em 2018, mais 1,1 p.p. do que no ano anterior.

“Apesar da população desempregada continuar a diminuir, o aumento da linha de pobreza relativa em 2018 refletiu-se num novo aumento do risco de pobreza” para esta população: de 45,7% em 2017 para 47,5% em 2018.

O indicador que conjuga as condições de risco de pobreza, de privação material severa e de intensidade laboral ‘per capita’ muito reduzida revelou que cerca de 2,2 milhões de pessoas estão em risco de pobreza ou exclusão social em 2019 (21,6% da população).

O INE observa que se se considerasse apenas os rendimentos do trabalho, de capital e transferências privadas, 43,4% da população em Portugal estaria em risco de pobreza em 2018.

Os rendimentos provenientes de pensões de reforma e sobrevivência contribuíram em 2018 para um decréscimo de 20,7 p.p. no risco de pobreza.

Já as transferências sociais, relacionadas com a doença e incapacidade, família, desemprego e inclusão social contribuíram para a redução do risco de pobreza em 5,4 p.p., idêntica ao ano anterior.