O caso que foi retomado nos últimos oito anos, depois de ter estado suspenso durante décadas, tem ensombrado o realizador, vencedor da Palma de Ouro em Cannes pelo filme "O Pianista" (2002).

Nas últimas semanas, Polanski teve que desistir de presidir à cerimónia da 42.ª edição dos Prémios Cesar, do cinema francês, por pressão de grupos feministas, noticiou a agência AFP.

O advogado do cineasta disse esta quinta-feira à AFP que Polanski quer fazer valer um acordo amigável, redigido num documento sob sigilo, e que o então procurador-geral teria aceitado, segundo o qual, o cineasta cumpria 48 horas em prisão efetiva, pela violação de Samantha Gailey, de 13 anos, na época, em 1977.

Polanski já cumpriu 42 dias em Chino, numa prisão no Estado norte-americano da Califórnia.

Segundo o causídico, na época, o juiz Laurence Rittenband, encarregado do caso, referindo-se ao acordo, declarou que o cineasta devia deve ficar preso até 50 anos, o que provocou a sua partida para a Europa.

"Após a confirmação dos conteúdos" do acordo amigável, os seus advogados também querem ver reconhecida a decisão do Supremo Tribunal polaco, que cancelou, em dezembro último, um pedido de extradição do cineasta para os Estados Unidos, segundo disseram à AFP.

Se o juiz Gordon, de Los Angeles, reconhecer o acordo amigável e a recusa de extradição pelo Supremo polaco, "Roman pode regressar a Los Angeles e ao tribunal, sem medo de ser preso", disse o advogado Harland Braun.

O realizador franco-polaco é acusado de ter drogado, obrigado a beber e violado Samantha Gailey Geimer, no dia 10 de março de 1977 na residência que pertencia ator Jack Nicholson.

O realizador reconheceu ter tido uma relação sexual com Samantha, mas negou tê-la violado. No acordo amigável Polanski admitiu ter tido sexo ilegal com uma menor.