Estes gastos extraordinários, segundo a governadora de Roraima, Suely Campos, destinam-se a prestar apoio, nas áreas de educação, saúde e segurança, aos milhares de imigrantes venezuelanos que escaparam do seu país e se fixaram naquela localidade.
“O Governo Federal até à presente data não transferiu quaisquer recursos ao Governo de Roraima, visando recompor os gastos extraordinários nos serviços de educação, saúde, segurança pública e assistência social. Somente manteve as transferências constitucionais obrigatórias”, diz o ofício entregado pela governadora, citado pelo diário O Globo.
Segundo Suely Campos, há uma sobrecarga nos serviços públicos essenciais de Roraima.
A rede educativa local atende 1.400 alunos imigrantes que se matricularam em 2018. Por outro lado, a atenção a venezuelanos, pela rede de saúde local, passou de 7.400 em 2016, para 45.100 em 2017, número que também equivale a atendimentos a imigrantes registados no primeiro trimestre deste ano.
Razão pela qual Roraima pede a instalação imediata de um hospital de campanha na cidade de Boa Vista, a doação de cinco ambulâncias aos bombeiros locais e um carro com ‘scanner’ corporal para fiscalizar a entrada de drogas e armas em Pacaraima.
Também a doação de 70 viaturas (50 para a polícia militar e 20 para a polícia civil), o reforço da atuação das forças de segurança nacionais, agilidade na expedição de autorização para reformar a Penitenciaria Agrícola de Monte Cristo e uma medida provisória para a exigência de passaporte a estrangeiros oriundos de países que não fazem parte do Mercosul.
Por outro lado, a governadora de Roraima voltou a pedir o encerramento temporário da fronteira.
As reivindicações de Suely Campos têm lugar uma semana depois de um violento ataque a acampamentos de imigrantes venezuelanos, em Pacaraima, que obrigaram a que pelo menos 1.200 venezuelanos regressassem ao seu país.
O incidente teve lugar depois de um brasileiro ter sido atacado violentamente por quatro homens que inicialmente se dizia serem venezuelanos. A vítima, num vídeo divulgado pelas redes sociais, desmente ter sido atacado por venezuelanos.
Segundo a Polícia Federal de Pacaraima, 800 imigrantes venezuelanos cruzam diariamente a fronteira em direção ao Brasil.
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