“Vamos organizar dias 4 e 5 de julho um grande debate sobre as 'ilhas' do Porto. Iremos organizar isso em dois dias, um para visitas às 'ilhas' e perceber o tecido do que estamos a falar (…) e outro dia para convidar especialistas e republicar o livro que foi feito sobre o levantamento das ‘ilhas’ e que se esgotou”, avançou Rui Moreira durante a 18.ª reunião da Câmara do Porto.
As "ilhas" são habitações operárias típicas do Porto, lançadas no século XIX e constituídas por edifícios unifamiliares no centro da cidade, normalmente com um piso e separadas ou ladeadas por um corredor de acesso à via pública.
Rui Moreira referiu, contudo, que a dimensão do problema da habitação não se esgota nas “ilhas” do Porto, nem pela habitação social. O independente que lidera a Câmara do Porto acrescentou que concorda com uma proposta do vereador do PS, Manuel Pizarro, para que se realize um debate sobre o tema do acesso à habitação.
A Câmara Municipal do Porto “deve apresentar propostas de estratégias”, com a audição de todos os vereadores para a sua feitura, e convidar o professor Alberto Castro, economista, para ajudar nos instrumentos disponíveis e aproveitar os melhores os recursos financeiros, declarou o Rui Moreira.
“Creio que não podem ser reuniões formais do executivo”, disse Rui Moreira, defendendo, que seja numa versão de conversa para “conjugar as várias propostas que existem”.
“Há um grande problema para o acesso à habitação e o custo da habitação cresceu muito mais rapidamente do que o salário disponível das famílias. Isto precisa de uma solução pública e privada”, acrescentou o autarca Rui Moreira.
O Porto tem casas “onde ninguém quer viver” e há pessoas a querer viver onde não há casas, que são os centros das cidades, porque há melhores condições de vida, mas não há território, nem habitação suficiente, referiu Rui Moreira.
O vereador socialista Manuel Pizarro trouxe hoje, durante a 18.ª reunião do executivo, a proposta de um debate sobre o assunto do acesso à habitação, destacando que os problemas são distintos aos que existiam no passado e que há “um alarme social em relação à habitação no Porto”.
A emergência de novos problemas para as novas classes médias foi outro dos problemas que Pizarro destacou.
Manuel Pizarro defendeu que se faça um “debate sereno na Câmara” a 17 de julho para resolver os problemas de acesso à habitação para as classes médias ou mais jovens, “onde se pudessem colocar opiniões” e onde se defendesse uma política conjunta.
O vereador social-democrata Álvaro Almeida também defendeu que “é importante que a Câmara faça essa discussão com a presença do professor Alberto Castro, designadamente para analisar as políticas sobre quais são as vantagens e inconvenientes de todas “as alternativas”.
“Uma reunião com peritos especializados e nós todos (...), acho que é fundamental e urgente”, referiu Álvaro Almeida.
A vereadora comunista, Ilda Figueiredo, também se mostrou disponível para um debate para resolver o problema da habitação no Porto e “definir as políticas públicas”.
A Assembleia Municipal do Porto rejeitou, na madrugada de hoje, a criação do observatório da habitação, implementação de um plano de emergência para realojar famílias despejadas e alterações ao regime de arrendamento urbano, que foram recomendadas pelo BE, CDU e PAN.
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