"Todos nós temos consciência de que a probabilidade de o PSD estar de acordo com um orçamento apresentado pelo PS, ao abrigo de um programa do PS, é muito escassa, mas convém ver o documento e argumentar o porquê de um não, por exemplo. E é isso que nós estamos a fazer", afirmou aos jornalistas, Rui Rio, que se deslocou a Castelo Branco para uma sessão com militantes.

Rio sublinhou que todas as posições que assume, independentemente das matérias, devem ser feitas de uma forma sustentada, sejam elas a favor, contra ou com abstenção.

"Eu não posso dizer assim: ‘O orçamento vem de um Governo que não é do meu partido, logo eu sou contra’. Eu acho que isto não é forma de estar na política sinceramente", frisou.

Já sobre as eleições diretas do PSD, o líder social-democrata declarou ter "boas expectativas".

"Tenho boas expectativas, naturalmente. Mas se calhar a minha resposta é diferente daquilo que é o comum dos candidatos, porque posso garantir-lhe que eu tenho um grande desprendimento, neste momento, pelo próprio lugar. Se as pessoas quiserem votar em mim, votam e está tudo bem. Mas se a maioria entender que não sou eu a solução, também está tudo bem", referiu.

Rui Rio explicou que mais do que servir o partido, o seu objetivo é, principalmente, servir o país.

“Essa disponibilidade dá-me um desprendimento e o desprendimento é muito importante. Porque hoje na política é preciso coragem para tomar muitas medidas e essa coragem só se consegue se nós tivermos algum desprendimento do poder. Porque se não tivermos desprendimento do poder começamos a fazer muitas contas de cabeça e acabamos a não tomar as medidas. Acho que vai correr bem, de certeza", concluiu.

As eleições diretas do PSD realizam-se em 11 de janeiro. São candidatos à liderança o atual presidente do PSD, Rui Rio, o antigo líder parlamentar do PSD Luís Montenegro e o atual vice-presidente da Câmara de Cascais, Miguel Pinto Luz.