“Eu não me admirava que aquilo que aconteceu no Hospital de Vila Nova de Gaia pudesse acontecer noutros hospitais, alguns que eu visitei e outros que não visitei mas tenho consciência da situação em que estão”, disse Rui Rio, em declarações aos jornalistas no final de uma reunião com a Ordem dos Psicólogos, no Porto.

Na segunda-feira, o bastonário dos Médicos referiu que o diretor clínico do Hospital de Gaia afirmou que ele e os 51 chefes de equipa do Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia/Espinho abandonam funções em 6 de outubro se o Governo não der nenhum “sinal positivo”

“Uma coisa é não haver verba, e não se faz milagres, a não ser gerir melhor, outra coisa é quando nem sequer tem a ver com isso, tem a ver com a gestão, com atenção, com o cuidado, e isso é notório que tem falhado por parte do Governo”, sublinhou.

Considerando que “os erros do Governo são erros de caráter estrutural”, Rui Rio defendeu a necessidade de atuar sobre os problemas de forma estrutural.

“Se não o fazemos, depois quando começamos a chegar muito próximo de um ato eleitoral não temos margem de manobra nenhuma a não ser o marketing, trabalhar ao nível da imagem, porque resolver os problemas é muito difícil”, alertou.

“Portanto, o Governo não tem possibilidade de resolver os problemas que deixou arrastar estes três anos, a única margem que tem é fazer de conta que vai fazer, anunciar uns milhões para aqui e acolá para dar a entender que o problema está a ser resolvido”, acrescentou.

No final da reunião com Rui Rio, o bastonário da Ordem dos Psicólogos, Francisco Miranda Rodrigues, disse aos jornalistas ter pedido ao PSD que “abraçasse algo que já foi proposto ao primeiro-ministro", ou seja, "a criação de uma agenda para a prevenção e para o desenvolvimento das pessoas com vista à coesão social e à competitividade do país aproveitando para esse efeito estes recursos tão importantes”.

Sobre a abertura de 40 vagas para psicólogos nas unidades de cuidados primários, o bastonário dos psicólogos considerou que “foi positivo, mas é insuficiente”.

“É um passo que tem de ser continuado, esperamos que as palavras do ministro da Saúde, aquando do Dia Nacional do Psicólogo se venham a concretizar rapidamente”, referiu, defendendo a duplicação do número de psicólogos nos cuidados de saúde primários, ou seja, “aproximar dos 500” o número de profissionais.

O ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, estimou há uma semana que o Serviço Nacional de Saúde (SNS) possa ter um “número satisfatório” de psicólogos dentro de “dois a três anos”.

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