Num discurso em Vila Verde, na cerimónia de tomada de posse da nova concelhia do PSD, o presidente do PSD, Rui Rio, disse que a melhor prova do descontentamento dos portugueses é a “onda de greves de praticamente todas as classes profissionais”.

“Se houvesse contentamento com este Governo, não só não ouvíamos o que ouvimos [na rua], como não tínhamos esta onda de greves, umas atrás das outras, de praticamente todas as classes profissionais”, referiu.

Por isso, considerou que o PSD vai para as próximas eleições em condições de disputar a vitória com o PS.

“Estou convencido que o PSD tem efetivamente condições de taco a taco disputar as eleições com o PS e provavelmente conseguir mesmo ganhar as eleições ao PS, porque é esse o desejo que eu sinto na rua”, referiu.

Rio referia-se, particularmente, às eleições para o Parlamento Europeu e para a Assembleia da República, sendo que em 2019 se vão também realizar as Regionais da Madeira, onde o PSD governa.

“Se nós formos à rua falar com as pessoas, e não é preciso falar com aqueles que têm estado permanentemente em greve, nós temos neste momento uma noção exata que os portugueses gostavam de ter oportunidade de ter um Governo diferente e um Governo melhor”, referiu.

Rio admitiu que, há um ou dois anos, seria “dificílimo” o PSD ganhar as eleições ou o PS perdê-las, mas sublinhou que entretanto a situação se alterou substancialmente.

O líder do PSD disse que, neste momento, os portugueses “gostariam que Portugal tivesse um Governo que lhes preparasse o futuro e não que fizesse esta política de ilusionismo [a que se tem] andado a assistir”.

Para Rio, os portugueses querem uma “alternativa”, que “só o PSD” está em condições de protagonizar.

“Ou nós [PSD] oferecemos essa alternativa aos portugueses ou os portugueses, mesmo não querendo, vão ter de continuar com o Partido Socialista”, sublinhou.

Rui Rio acusou o atual Governo de ser “exímio em vender gato por lebre” e enumerou uma série de exemplos, como a anunciada transferência do Infarmed para o Porto ou a “expectativa” que criou juntos dos professores em relação à contagem integral do tempo de serviço.

“Mas o principal engano é a forma como anuncia as medidas”, vincou, mencionando temas como a descida do IVA da eletricidade, a contagem das horas extraordinárias para o IRS, a descida da dívida pública ou o caso da Caixa Geral de Depósitos.