“É notório para quem tem uma noção do tempo e do fenómeno político que, ao contrário do que muitos pensam e dizem, este Governo não tem a vida assim tão facilitada até as legislativas de 2019”, declarou Rui Rio quando discursava na Festa do Pontal, que este ano se mudou para Querença, no interior do concelho de Loulé.

Para o líder dos social-democratas, é “notório” que, com o passar do tempo, “cada vez mais portugueses se apercebem dos falhanços desta governação e das limitações desta solução política”, o que abre a porta para que o PSD possa percorrer um “caminho favorável”.

Depois de acusar membros do seu partido que, afirmou, produzem na imprensa “críticas táticas ao serviço de interesses pessoais” e não “opiniões independentes e sinceras”, Rui Rio considerou que, “se o PSD quiser, pode ganhar as eleições [legislativas] de outubro, tem é de querer”.

“Eu não posso aceitar que haja quem dentro do PSD esteja permanentemente através das críticas internas a proteger o PS e a tentar salvaguardar a vitória do PS”, lançou Rui Rio, criticando aqueles que “não perdem um dia, de segunda a domingo, domingo inclusive”, para fazer críticas ao PSD.

Para Rui Rio, estas críticas internas ao PSD servem para evitar que o partido ganhe as eleições, “porque só assim [essas pessoas] terão oportunidade de ser alguém na política”, uma vez que tais posições se fundamentam em “projetos pessoais” e não de projetos do país nem do partido.

“As críticas sinceras eu aceito. Estas são críticas táticas ao serviço de interesses pessoais”, sublinhou, sem fazer referência a nomes, durante um discurso que em pouco excedeu a meia hora prevista para a intervenção de encerramento do Pontal.

Para o presidente do PSD, há quem faça críticas para “defender o seu lugarzinho e do seu amigo”, o que é “lícito”, enquanto outros “defendem [o seu lugar] com trabalho e com lealdade, não é com conspiração e intriga nos jornais”.

Depois de um torneio de futebol disputado num campo no Vale do Garrão, em Almancil, no litoral de Loulé, Rui Rio deslocou-se para a Fonte Filipe, em Querença, no interior do mesmo concelho, onde decorreu um almoço convívio que reuniu cerca de 500 pessoas.