Tal como tinha sido anunciado na semana passada pelo secretário-geral adjunto do PSD Hugo Carneiro, o partido disponibilizou hoje na Internet informação detalhada por distrito e concelho sobre o pagamento das quotas pelos militantes, que irá sendo atualizada até ao fecho dos cadernos eleitorais.
No separador “PSD ao segundo”, dentro do ‘microsite’ dedicado às diretas e ao Congresso em www.psd.pt, pelas 20:05 eram 16.812 os militantes com quota válida no mês da eleição, janeiro de 2020.
“Esta informação é absolutamente inédita nos partidos”, destacou à Lusa Hugo Carneiro, salientando que a informação será atualizada em permanência, por distrital e secção.
Por distrital, o maior número de quotas já pagas registava-se em Lisboa Área Metropolitana (onde houve eleições no passado sábado), com 3.579 militantes em condições de votar, correspondentes a 21% do total, seguindo-se o Porto, com 2.878 (17%), Braga, com 1.422 (8,5%), Aveiro, com 1.372 (8%) e Leiria, com 1.066 (6%).
As restantes distritais registavam menos de 1.000 militantes com as quotas válidas para votar, sendo as estruturas da Europa, Açores, Madeira e Fora da Europa as que tinham menos militantes nessas condições - 16, 15, 9 e apenas um militante, respetivamente.
No ‘site’, são também apresentados, por distrital e secção, o número de militantes ativos do PSD (que tenham pago pelo menos uma quota nos últimos dois anos), que totalizavam 106.328, à hora consultada pela Lusa.
Em militantes ativos, é a distrital do Porto a maior, com 16.404, seguida de Lisboa Área Metropolitana (12.758), Braga, (11.481), Açores (10.794), Madeira (10.301) e Aveiro (8.905).
No ‘site’, é também disponibilizado o número de pedidos de referência (que permite a cada militante pagar a sua quota) por mensagem escrita de telemóvel, quase dez mil ao fim do dia de hoje, bem como o número de processos aprovados pela aplicação móvel do partido, 1.395.
As novas regras de pagamento de quotas no PSD - aprovadas em julho - determinam que os militantes recebem, por via postal ou eletrónica, uma referência de multibanco aleatória e apenas com validade de 90 dias - para novo pedido é preciso enviar um comprovativo de residência -, enquanto antes a referência para pagamento de quotas correspondia ao número de militante, antecedido de zeros.
Do lado da direção, o presidente do PSD, Rui Rio, tem insistido que as novas regras visam impedir “vigarices” como as que considera terem acontecido no passado - até na sua eleição -, e apenas se mostra disponível para “aperfeiçoar” o sistema para facilitar o pagamento aos militantes com dificuldades em pagar a sua própria quota.
De apoiantes das outras candidaturas, chegam críticas de que se está a dificultar tanto o pagamento que se irá reduzir em muito o universo eleitoral de militantes em condições de votar na próxima eleição.
Na sexta-feira, o Conselho Nacional do PSD foi dominado pelo tema do pagamento de quotas, com a Mesa deste órgão a recusar apreciar uma proposta dos apoiantes do candidato à liderança Luís Montenegro para que todos os militantes pudessem votar independentemente de terem ou não quotas em dia, por considerarem que a mesma que violava os estatutos do partido.
De acordo com o regulamento aprovado na sexta-feira, 16 de dezembro será a data limite para pagamentos de quotas por vale postal (só permitido a militantes com mais de 60 anos) e 22 de dezembro o prazo final para os restantes meios de pagamento.
Nas últimas diretas do PSD, em 13 de janeiro de 2018, votaram 44.254 militantes, de um universo de 70.835 com as quotas em dia no fecho dos cadernos eleitorais (15 de dezembro).
As eleições diretas no PSD realizam-se em 11 de janeiro e o Congresso entre 07 e 09 de fevereiro, em Viana do Castelo.
Até agora, são candidatos à liderança do PSD o presidente Rui Rio, o antigo líder parlamentar Luís Montenegro e o vice-presidente da Câmara Municipal de Cascais, Miguel Pinto Luz.
(Notícia atualizada às 22:41. Corrige no sexto parágrafo as estruturas do PSD com menos militantes com quotas em dia)
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