"Se eu quero um país descentralizado e se quero que Castelo Branco, Guarda ou Bragança tenham igualdade de oportunidades e tenham uma discriminação positiva em relação àquilo que se faz, isto é um desígnio nacional, e não há nenhum desígnio nacional que se consiga cumprir de forma sustentada apenas por um partido ou força política", afirmou Rui Rio.

O líder do PSD, que falava durante a inauguração das novas instalações da sede do partido em Castelo Branco, sublinhou que os desígnios nacionais são para ser feitos pelo país como um todo.

E, neste âmbito, explicou que, quando assina um acordo com outros, está a pôr, em primeiro lugar, o desígnio nacional.

"Deveríamos por razões de ordem tática e partidária colocar o desígnio nacional de lado e não assinar nada com ninguém?", questionou.

Rui Rio disse que quer, daqui por uns anos, que a face do território nacional a começar por Castelo Branco, que possa ser diferente daquilo que tem sido na sua dinâmica.

"Por isso, o que nós devemos fazer é falar para o povo e colocar Portugal e os interesses nacionais em primeiro lugar. E é do interesse nacional, nós acabarmos com isto de ter tudo concentrado no litoral, particularmente na área metropolitana de Lisboa. E isto exige uma política sustentada e coordenada, e não apenas uma ou outra medida", sustentou.

O líder social-democrata pediu a ajuda dos militantes para que, como lider do partido, consiga ajudar o país a ficar mais equilibrado.

"Viro isto ao contrário porque todos já me ouviram falar justamente sobre a descentralização e sabem que a minha convicção mais profunda é que o país não pode continuar neste caminho. Sabem que o meu desígnio nesta matéria é fazer isso", disse.

Rio explicou ainda que o partido assinou um acordo com o Governo que tem a ver com a descentralização, a passagem de competências para os municípios e a passagem de competências do setor nacional para aquilo a que chamou de setor sub-nacional do Estado.

"Na próxima semana vai ser nomeada, pelo presidente da Assembleia da República, uma comissão que tem um ano para produzir e apresentar um, dois ou três ante-projetos de lei sobre a descentralização. Penso que o país não está muito consciente daquilo que foi assinado, e daquilo que isto representa", frisou.

Para o líder do PSD, se essa comissão cumprir a sua função, o país terá aquilo que pode e deve ser a descentralização em Portugal, do setor nacional para o setor sub-nacional.

Por último, deixou ainda um apelo à união de todos os sociais-democratas, e adiantou que, se o partido não fizer essa união, não terá condições para chegar a outubro de 2019 e lutar "taco a taco" pelas eleições.

"O PSD tem condições para disputar taco a taco as eleições de outubro de 2019. Esse é o nosso objetivo e temos de ser realistas", concluiu.