"No caso da PSP eu reuni ontem com representantes de polícias e o que temos aqui é uma falta de respeito por parte do Governo, porque quando ouvimos o ministro José Luís Carneiro, parece que está tudo bem (…) é o discurso das maravilhas mas depois quando vamos à realidade nada daquilo é verdade", acusou Rui Rocha, questionado sobre os protestos de polícias na Assembleia da República.
O presidente da Iniciativa Liberal falava aos jornalistas na estação de comboios da freguesia de Agualva-Cacém, em Sintra, no decorrer de mais um dia de greve dos trabalhadores da Infraestruturas de Portugal (IP) que vai provocar perturbações significativas na circulação dos comboios a nível nacional.
"Aquilo que dói mais provavelmente aos agentes da PSP é esse discurso político de que está tudo bem, de que estão a ser muito bem tratados mas depois eles vivem na sua própria realidade e sabem que não é assim", salientou.
O líder da IL acusou também o secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, que foi ministro das Infraestruturas, de ter um discurso que contrasta com o dia-a-dia dos portugueses.
"Pedro Nuno Santos não sabe o que é o país e as dificuldades que os portugueses têm. O país em que ele vive, o país de que ele foi responsável enquanto ministro das infraestruturas é este e não outro que é pintado nos discursos que vai fazendo que estão completamente desfasados da realidade", defendeu.
Rui Rocha defendeu que os funcionários públicos devem ser compensados "de forma justa" e "em função do seu desempenho", considerando que falta "capacidade do Estado para fazer essa compensação justa e para avaliar adequadamente o desempenho dos funcionários públicos".
"A mediocridade, a estagnação a que o PS conduziu o país depois tem repercussões para todos - todos ficamos com um pais que podia ser muito melhor mas no dia-a-dia constatamos que tem enormes dificuldades e a questão é que não vai melhora. Ou mudamos de políticas e de Governo ou as coisas vão ficar cada vez piores e é isso que temos que inverter em 10 de março", sustentou.
Menos de uma semana depois de ter estado na mesma estação de comboios, também em dia de greve da Infraestruturas de Portugal (IP), Rui Rocha insistiu em medidas já apresentadas, como a possibilidade de devolução aos utentes da Comboios de Portugal do valor do passe (que ronda os 40 euros) correspondente aos dias de greve, além de uma medida “mais estrutural” que passa pela concessão do serviço prestado pela CP.
A contestação dos elementos da PSP, juntamente com os militares da GNR, teve início após o Governo ter aprovado em 29 de novembro o pagamento de um suplemento de missão para as carreiras da PJ, que, em alguns casos, pode representar um aumento de quase 700 euros por mês.
Os elementos da PSP e da GNR consideram tratar-se de um "tratamento desigual e discriminatório".
Estes protestos surgiram de forma espontânea e não foram organizados por qualquer sindicato, apesar de existir uma plataforma, composta por sete sindicatos da Polícia de Segurança Pública e quatro associações da Guarda Nacional Republicana, criada para exigir a revisão dos suplementos remuneratórios nas forças de segurança.
Na sexta-feira, esta plataforma decidiu cortar totalmente as relações com o Ministério da Administração Interna pela falta de interesse, apatia e resistência à consagração de direitos dos profissionais da PSP e GNR.
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