“Estamos convencidos que esta legislação vai contra a jurisdição internacional sobre o controlo de drogas”, refere a diplomacia russa com comunicado, divulgado pela embaixada em Otava.
De acordo com o comunicado da Rússia, o governo do primeiro-ministro canadiano Justin Trudeau “está a violar” a Convenção Única sobre Estupefacientes de 1961, a Convenção de Viena sobre o Direito dos Tratados de 1969, a Convenção sobre Substâncias Psicotrópicas de 1971 e a Convenção contra o tráfico ilícito de estupefacientes de 1988.
“Ao contornar deliberadamente o regime internacional de controlo de estupefacientes, o governo canadiano criou o maior mercado de drogas do mundo que, apesar de todas as declarações e propostas para prevenir a exportação de canábis através das fronteiras nacionais, certamente vai causar aumento considerável do tráfico para outros Estados, incluindo aqueles que respeitam estritamente as convenções", lamentou o Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia.
O governo russo alertou ainda que "a Rússia e outros países provavelmente adotarão medidas adicionais para evitar possíveis tentativas de contrabando de canábis e seus derivados do Canadá", considerando que Otava está a aplicar forma seletiva os acordos internacionais, considerando que é uma atitude “inaceitável e hipócrita”.
O Canadá legalizou a posse e consumo de canábis para fins recreativos no passado dia 17 de outubro.
Para o primeiro-ministro Justin Trudeau, que cumpre uma promessa da campanha, esta reforma deve ajudar a combater o crime organizado, impedir os menores de acesso a drogas e dar aos consumidores acesso autorizado para produtos de qualidade.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros canadiano defendeu que a legalização da canábis não alterou a "vontade de cumprir os objetivos das convenções das Nações Unidas sobre drogas (proteger a saúde e garantir a segurança dos cidadãos)".
"O Canadá continuará a trabalhar com seus parceiros estrangeiros para atingir esses objetivos", acrescentou.
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