“A ponte da Crimeia está totalmente aberta ao tráfego em todas as faixas, 39 dias antes do previsto”, afirmou Jusnullin em declarações à imprensa, citadas pela agência de notícias russa TASS.

Jusnullin aproveitou para valorizar todas as obras de reparação das infraestruturas, parcialmente reabertas ao tráfego no início de dezembro passado, pelo que as ligações rodoviárias entre a Crimeia e a Rússia continental “praticamente nem pararam”.

Segundo o vice-primeiro-ministro russo, as obras de reconstrução da ponte de Kerch envolveram mais de 500 funcionários, mais de 50 máquinas e dois guindastes flutuantes.

A 08 de outubro de 2022, um dia após o aniversário do Presidente russo, Vladimir Putin, a ponte Kerch foi alvo de uma explosão que a deixou parcialmente destruída, um incidente pelo qual a Ucrânia não admitiu responsabilidade, mas que celebrou.

A Rússia, por sua vez, denunciou que a explosão constituiu um “ataque terrorista”.

A infraestrutura, simbolicamente importante para a Rússia por certificar a ligação com a Crimeia, anexada em 2014, voltou a funcionar em pleno um dia antes de se assinalar o primeiro aniversário do início da guerra.

A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia causou até agora a fuga de mais de 14 milhões de pessoas — 6,5 milhões de deslocados internos e mais de oito milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

Neste momento, pelo menos 17,7 milhões de ucranianos precisam de ajuda humanitária e 9,3 milhões necessitam de ajuda alimentar e alojamento.

A invasão, justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de “desnazificar” e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia, foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento em apoio a Kiev e à imposição de sanções políticas e económicas a Moscovo.

O número de civis mortos na guerra na Ucrânia e confirmados pela ONU ultrapassou a barreira dos 8.000, anunciou recentemente o Alto-Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos, acrescentando registar também 13.287 feridos civis.