“Nas conversas [com Putin] ficou definido que, em caso de agressão contra a Bielorrússia, a Federação Russa defenderá a Bielorrússia como se fosse o seu próprio território. Este é o tipo de garantia de segurança de que precisamos”, disse Lukashenko, citado pela agência noticiosa estatal bielorrussa Belta.
Lukashenko deslocou-se na semana passada a Moscovo para um encontro com Putin e também para participar da reunião do conselho supremo da União Estatal, uma aliança que integra os dois países.
Liderada por Alexander Lukashenko desde 1994, a Bielorrússia, país vizinho da União Europeia (UE), está ligada a Moscovo por um tratado que criou a União Estatal. O tratado, que atualizou um acordo de 1997, foi assinado por Putin e Lukashenko em 08 de dezembro de 1999.
Na reunião da semana passada, os dois líderes abordaram principalmente questões de segurança no contexto da guerra na Ucrânia, desencadeada por uma ofensiva militar russa iniciada em 24 de fevereiro de 2022.
Hoje, o ministro da Defesa russo, Sergei Shoigu, deslocou-se a Minsk para continuar as conversações sobre a segurança territorial da Bielorrússia.
Segundo a Belta, Lukashenko agradeceu a Shoigu pela decisão de Moscovo manter tropas em território bielorrusso, “apesar de todas as dificuldades”.
“Não podemos relaxar. Os polacos e os lituanos começaram a mover-se na nossa direção. Portanto, esta é uma grande ajuda e apoio para o exército bielorrusso, que protege a União Estatal no flanco ocidental”, disse Lukashenko.
Na mesma linha, Shoigu valorizou o facto de Minsk ter montado cinco campos de instrução militar em território bielorrusso destinados às tropas russas.
“Estão equipados, muito equipados. E têm um número suficiente de instrutores e oficiais das Forças Armadas envolvidos para treinar”, sublinhou Shoigu.
No final de março, o Presidente russo, Vladimir Putin, deu conta de um acordo para a instalação de armas nucleares táticas russas no território da Bielorrússia em resposta ao anúncio britânico do fornecimento de munições de urânio empobrecido às Forças Armadas ucranianas.
Já em abril, a Rússia indicou que a decisão de enviar armas nucleares táticas de curto alcance para a Bielorrússia constitui uma resposta à decisão da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO) de se aproximar das fronteiras russas.
A ofensiva militar russa no território ucraniano mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
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