“Ainda não estamos satisfeitos com os progressos conseguidos”, disse o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Serguei Vershinin, em declarações à televisão estatal russa, acrescentando que, para o seu Governo, é “muito importante” que a parte do acordo referente à exportação de cereais e fertilizantes russos seja cumprida.
Vershinin confirmou que em breve será realizada uma nova reunião, a nível de vice-ministros, sobre o acordo de cereais entre Rússia, Ucrânia, ONU e Turquia.
Também o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, disse hoje que a situação da exportação de produtos agrícolas russos, ao abrigo do acordo de cereais, não está no melhor rumo.
A Rússia denuncia que as suas exportações – cuja facilitação foi acordada com as Nações Unidas, paralelamente ao acordo de exportação dos cereais ucranianos — estão a enfrentar dificuldades, sobretudo devido aos efeitos colaterais das sanções que o Ocidente impôs pela invasão da Ucrânia.
Na sexta-feira, os peritos responsáveis por aplicar o acordo para exportação de cereais pelo Mar Negro não alcançaram um consenso sobre as movimentações de novos navios, numa reunião em Moscovo entre as autoridades russas e a secretária-geral da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD).
O Kremlin exige que sejam restabelecidas as ligações do banco agrícola Rosseljozbank ao sistema de comunicações financeiras SWIFT, bem como a retoma do fornecimento de máquinas agrícolas e a eliminação de restrições em matéria de seguros e livre acesso aos portos.
Moscovo pede ainda a reativação da operação do oleoduto Togliatti-Odesa, que está paralisado desde o início da invasão russa da Ucrânia, em fevereiro do ano passado.
A Ucrânia acusa a Rússia de colocar obstáculos à passagem de navios com cereais ucranianos.
O acordo — que foi mediado pelo secretário-geral da ONU, António Guterres, e pela Turquia – expira no próximo dia 18 e a Rússia ameaçou não prorrogá-lo se as suas exigências não forem atendidas.
António Guterres enviou a Moscovo e a Kiev uma proposta escrita para alargar o pacto, mas até ao momento não obteve resposta por parte do Kremlin.
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