Quatro navios de transporte retidos na Ucrânia devido à guerra receberam hoje autorização para deixar a costa do mar Negro, no âmbito do acordo assinado por Kiev e Moscovo para permitir a retoma das exportações de cereais.
A chegada ao Líbano prevista para hoje do primeiro navio de cereais que saiu da Ucrânia, sob um acordo de guerra, foi adiada, disseram hoje o Governo libanês e a Embaixada da Ucrânia no país.
Cinco navios cargueiros foram autorizados a zarpar hoje dos portos ucranianos de Tchernomorsk e Odessa para prosseguir a exportação de cereais, anunciou no sábado o Centro de Coordenação Conjunta (CCC) que está supervisionar as operações.
A ministra da Agricultura destacou hoje as "metas exigentes" em matéria de auto-aprovisionamento de cereais, através da redução da dependência externa e aumento de produção, e garantiu que os problemas com os produtores já foram ultrapassados.
O primeiro navio carregado de cereais que saiu da Ucrânia depois da invasão da Rússia, em fevereiro, já foi inspecionado em Istambul e vai seguir o seu caminho.
A Ucrânia espera retomar nos próximos dias as exportações de cereais interrompidas desde o início da guerra, apesar do bombardeamento russo contra o porto de Odessa no sábado passado.
A Ucrânia e a Rússia assinaram hoje acordos separados com a Turquia e a ONU para desbloquear a exportação de cerca de 25 milhões de toneladas de cereais presos nos portos do Mar Negro.
A presidência russa (Kremlin) admitiu hoje ser "muito importante" permitir a exportação dos cereais bloqueados nos portos ucranianos devido à ofensiva russa, poucas horas antes da muito esperada assinatura de um acordo sobre esta questão.
A produção de cereais no ano agrícola 2020/2021 foi uma das mais baixas dos últimos 35 anos, em reflexo da redução quase generalizada em todas as espécies, agravando o grau de autoprovisionamento, segundo estatísticas do INE.
O acordo para permitir as exportações de cereais bloqueados nos portos ucranianos será assinado na hoje em Istambul, com a presença de representantes da Ucrânia e Rússia, do Presidente turco e do secretário-geral da ONU, António Guterres.
O Presidente russo, Vladimir Putin, assinalou hoje o progresso nas negociações para a exportação dos cereais da Ucrânia através do Mar Negro e agradeceu ao homólogo turco, Recep Tayyip Erdogan, pela sua mediação no processo.
Um primeiro cargueiro russo com cereais a bordo, escoltado pela Marinha de Guerra de Moscovo, zarpou com sete mil toneladas de carga do porto ucraniano de Berdiansk, ocupado pelas forças da Rússia.
O Presidente dos Estados Unidos afirmou hoje que está a trabalhar com os parceiros europeus num plano para desbloquear 20 milhões de toneladas de cereais na Ucrânia, por ferrovia, para conter o aumento dos preços dos alimentos.
A produção de cereais no distrito de Beja foi muito afetada pela seca, este ano, e registam-se quebras "acima dos 50%", revelaram hoje os presidentes de uma cooperativa e de uma associação de agricultores.
O ministro italiano dos negócios estrangeiros, Luigi di Maio, disse hoje que começou "a guerra mundial do pão", com o bloqueio de cereais na Ucrânia e o consequente "risco de novos conflitos em África".
O Papa Francisco pediu hoje que "o trigo, um alimento básico, não seja usado como arma de guerra" e expressou a sua preocupação com o bloqueio das exportações deste cereal, importante na alimentação dos países mais pobres.
Os importadores e armazenistas de cereais não registaram escassez, face à guerra na Ucrânia, mas estão a apostar em geografias alternativas, como o Brasil ou Canadá, para contornar eventuais constrangimentos, adiantou à Lusa a associação que representa o setor.
Com os terrenos de cultivo arrasados pelas bombas e os agricultores mobilizados para a guerra, a invasão russa pode reduzir para metade a colheita de cereais na Ucrânia, fundamental para a alimentação mundial, alertou esta quinta-feira o governo ucraniano.
A produção de azeite deverá registar nesta campanha um valor recorde, aumentando 46% face a 2019 e contrastando com os "mínimos históricos" da área de cereais de inverno, penalizada pela seca, divulgou hoje o INE.
Portugal continua a ser deficitário na produção de cereais, mas, nos últimos anos, começou "a desenhar-se uma tendência de incremento de exportações", especialmente de milho e arroz, afirmou hoje a ministra da Agricultura.
A América Latina terá uma colheita de 276,5 milhões de toneladas de cereais em 2019, a melhor em cinco anos, apoiada pela produção de milho e trigo na América do Sul, informou ontem a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura ( FAO).