“No total, foram destruídas 270.000 toneladas de cereais durante um mês de ataques aos portos”, disse o ministro numa mensagem publicada na rede social Facebook, denunciando que tais ataques são agressões “contra os países de África e da Ásia, que já carecem de alimentos”.

Os bombardeamentos russos em grande escala – oito no total, segundo Kubrakov – começaram depois de a Rússia ter abandonado unilateralmente, em julho, um acordo que permitiu à Ucrânia exportar a sua produção de cereais, essencial para a segurança alimentar mundial.

A chamada Iniciativa dos Cereais do Mar Negro, acordo firmado no ano passado sob mediação das Nações Unidas e da Turquia, contribuiu igualmente para fazer baixar os preços globais dos alimentos e proporcionou aos ucranianos grandes receitas.

Durante a noite passada, o exército russo realizou um novo ataque contra o porto de Izmail, no Danúbio, que desagua no Mar Negro, onde as forças de Moscovo estão presentes em grande escala, tendo destruído 13.000 toneladas de cereais, de acordo com Kubrakov.

“Vários terminais de cereais e armazéns privados foram danificados, assim como infraestruturas de carga”, acrescentou o ministro ucraniano.

Na terça-feira, a Rússia assegurou ter destruído dois navios militares ucranianos no Mar Negro, nos mais recentes confrontos marítimos desde que o acordo de exportação de cereais ucranianos foi suspenso.

Na semana passada, no dia 17 de agosto, o primeiro cargueiro saído da Ucrânia após o fim do acordo sobre cereais chegou a águas turcas, apesar do cerco russo.

O porta-contentores “Joseph Schulte”, com pavilhão de Hong Kong, partiu do porto ucraniano de Odessa, desafiando a Rússia, que ameaçou atacar tais embarcações desde que pôs fim ao acordo.

Antes disso, a Rússia tinha disparado tiros de advertência em 13 de agosto contra um navio cargueiro de uma empresa turca que se dirigia para o porto de Izmail, no sul da Ucrânia.