“Discutimos formas de garantir o funcionamento do corredor de cereais e de fortalecer a segurança da região de Odessa”, no sudoeste da Ucrânia, disse Zelensky no X, antigo Twitter, após uma conversa telefónica com Macron.

O diálogo dos dois chefes de Estado ocorreu em vésperas de um encontro na Rússia entre o líder do Kremlin, Vladimir Putin, e o seu homólogo turco, Recep Tayyip Erdogan, que quer relançar o acordo de cereais.

Erdogan deverá encontrar-se com Putin na segunda-feira em Sochi, cidade turística russa no Mar Negro.

As forças russas voltaram durante última noite a bombardear a região de Odessa com ‘drones’.

Esta semana, a Ucrânia disse que mais quatro navios passaram pelo seu corredor marítimo, estabelecido temporariamente no mês passado como alternativa à suspensão em julho por Moscovo da participação da Iniciativa de Cereais do Mar Negro, que envolvia também Kiev, Ancara e Nações Unidas.

Este acordo permitia o tráfego marítimo a partir dos portos do sul da Ucrânia que estavam bloqueados pela frota russa na região.

Na altura em que suspendeu a participação no acordo, Moscovo admitiu regressar ao entendimento se for contemplada a reintegração do seu banco agrícola, Rosselkhozbank, no sistema bancário internacional SWIFT, o levantamento das sanções sobre as peças sobresselentes para a maquinaria agrícola, o desbloqueamento da logística de transportes e dos seguros e o descongelamento de ativos.

A parte russa reclamava também o recomeço do funcionamento da conduta Togliatti-Odessa destinada à exportação de amoníaco, componente essencial dos fertilizantes.

Ucrânia e Rússia estão entre os maiores produtores mundiais de cereais e o abastecimento global foi seriamente afetado pela guerra entre os dois países, em fevereiro do ano passado, com impacto na segurança alimentar nos países mais vulneráveis e uma escalada de preços de bens.

Na conversa telefónica de hoje, Zelensky também agradeceu a Macron pela “ajuda militar crucial” fornecida por França ao seu país e disse que os dois governantes “discutiram os próximos passos” que serão dados neste assunto.

A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia causou, de acordo com os mais recentes dados da ONU, a pior crise de refugiados na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

A invasão russa — justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de “desnazificar” e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia – foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.