Dois dias após a Rússia recusar renovar o acordo para exportações agrícolas marítimas da Ucrânia, que envolvia quase 33 milhões de toneladas de cereais num ano, os mercados dispararam.
Na quarta-feira, a cotação do trigo de moagem fechou em acentuada alta, a 253,75 euros a tonelada no fecho de setembro na Euronext, subindo 8,2% durante o dia, para um nível não atingido desde o início de abril.
O milho subiu 5,4%, pouco abaixo da marca de 250 euros por tonelada para o prazo final de agosto.
Na segunda-feira, o mercado não acreditou muito que era “uma história séria” mas reagiu mal se deu conta da notícia da suspensão, talvez temporária, dessa rota marítima que abastecia metade das exportações ucranianas, segundo Andrei Sizov, da Empresa SovEcon.
Mas, desde então, têm-se intensificado os ataques aéreos russos dirigidos a Odessa e Chornomorsk, dois dos três portos ucranianos do corredor, bem como a notícia da “suspensão” do risco no Mar Negro por parte das seguradoras, que obscureceram a perspetiva, sublinha Damien Vercambre, corretor da Inter-Courtage.
A Rússia declarou no início deste mês não ver motivo para estender o acordo, suspendendo-o sob a alegação de que as sanções que sofre devido à agressão contra a Ucrânia impedem o cumprimento da parte do pacto que também deve garantir as exportações de alimentos russos e fertilizantes.
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