“Durante anos, a comunidade ocidental tem manipulando essa história do envolvimento da Ucrânia nas suas estruturas de integração e, desde então, a situação da Ucrânia está cada vez pior”, disse a porta-voz da diplomacia russa, Maria Zakharova, às agências de notícias locais.

“[A Ucrânia] não terá um futuro brilhante” dentro da UE, disse a porta-voz, descrevendo as garantias europeias à Ucrânia como “uma mensagem falsa que, na prática, não traz nada de bom”.

A Comissão Europeia recomendou hoje ao Conselho que seja concedido à Ucrânia o estatuto de país candidato à adesão à União Europeia, emitindo parecer semelhante para a Moldova, enquanto para a Geórgia entende serem necessários mais passos.

A Rússia lançou na madrugada de 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que causou já a fuga de mais de 15 milhões de pessoas de suas casas — mais de oito milhões de deslocados internos e mais de 7,7 milhões para os países vizinhos -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

Também segundo as Nações Unidas, cerca de 15 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.

A invasão russa — justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de “desnazificar” e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia – foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e a imposição à Rússia de sanções que atingem praticamente todos os setores, da banca ao desporto.

A ONU confirmou que 4.509 civis morreram e 5.585 ficaram feridos na guerra, que hoje entrou no seu 114.º dia, sublinhando que os números reais poderão ser muito superiores e só serão conhecidos quando houver acesso a zonas cercadas ou sob intensos combates.