O Presidente da Ucrânia denunciou hoje o ataque mas disse que os níveis de radiação na central não aumentaram.

A Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) afirmou que o ataque não violou a estrutura de contenção interna da central nuclear desativada.

A AIEA não atribuiu culpas, afirmando apenas que a equipa da agência das Nações Unidas destacada no local ouviu uma explosão e foi informada de que um drone tinha atingido o “invólucro de proteção”.

O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, negou as acusações ucranianas.

“Qualquer alegação deste tipo não é verdadeira, os nossos militares não fazem isso”, disse Peskov aos jornalistas em Moscovo.

A agência de notícias norte-americana Associated Press (AP) refere que ainda não foi possível confirmar de forma independente a autoria do incidente.

O ataque ocorreu dois dias depois de o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ter afirmado que vai reunir-se com o Presidente russo, Vladimir Putin, para discutir o fim da guerra na Ucrânia.

A posição de Washington identifica Putin como o único interveniente provocando receios em Kiev de que existe a intenção de afastar Zelensky, bem como governos europeus, das conversações.

Segundo a Associated Press, a Ucrânia pretende fornecer informações detalhadas aos representantes dos Estados Unidos sobre o ataque contra Chernobyl durante a Conferência de Segurança que começa hoje em Munique, Alemanha.

A AP cita o chefe do Gabinete Presidencial da Ucrânia, Andrii Yermak.

Zelensky disse que o ataque com drone danificou a estrutura e iniciou um incêndio, que já foi extinto.

Em Moscovo, Peskov sugere, sem apresentar provas, que as autoridades ucranianas fizeram a alegação sobre um ataque porque pretendem frustrar as negociações entre Trump e Putin.

”É óbvio que há aqueles (no governo ucraniano) que vão continuar a opor-se a qualquer tentativa de lançar um processo de negociação, e é óbvio que essas pessoas farão tudo para tentar descarrilar este processo”, disse Peskov.

A Agência Internacional de Energia Atómica das Nações Unidas afirmou que o ataque com drone contra Chernobyl ocorreu à 1h50 (23:50 de quinta-feira em Lisboa).

O invólucro exterior atingido é uma cobertura protetora construída em 2016 sobre uma pesada estrutura de contenção de betão.

A camada interior foi colocada no quarto reator da central pouco depois da catástrofe de 1986, que foi um dos piores acidentes da história nuclear.

Os invólucros de contenção procuram evitar fugas de radiação.

A guerra de três anos provocou vários avisos de perigo para as quatro centrais nucleares ucranianas, especialmente para a central nuclear de Zaporijia, ocupada pelas forças russas, no sul da Ucrânia.

O chefe da AIEA, Rafael Rossi, disse hoje através das redes sociais que o ataque de Chernobyl e o recente aumento da atividade militar perto da central de Zaporijia “sublinham os riscos persistentes para a segurança nuclear”.

A AIEA disse que as equipas de que dispõe no local responderam poucos minutos após o ataque, acrescentando que não se registaram vítimas.