A Rússia vai convocar uma reunião de urgência do Conselho de Segurança da ONU após os ataques mortais da coligação internacional contra uma posição do exército sírio, anunciou o porta-voz da diplomacia russa, Maria Zakharova.

"O embaixador da Rússia junto da ONU está encarregue de convocar uma reunião de urgência do Conselho de Segurança sobre esta questão”, indicou Maria Zakharova ao canal público Rossia-24.

"Exigimos de Washington explicações completas e detalhadas e elas devem ser dadas no âmbito do Conselho de Segurança da ONU”, sublinhou.

Em causa está um ataque em período de tréguas. Um bombardeio atirou, sábado, contra o exército sírio numa zona onde as tropas estão cercadas pelo terrorista do autodenominado Estado Islâmico (EI) e deixou dezenas de mortos. Damasco e Moscovo atribuíram a autoria do ataque à coligação internacional liderada pelos Estados Unidos.

A coligação internacional que luta contra o Daesh afirmou que bombardeou o que achava ser uma posição de combate jihadista na Síria, mas que interrompeu a operação depois do alerta dado por Moscovo, sobre a possibilidade de estes militares sírios.

"A Síria é um teatro de operações complexo, com diferentes forças militares e milícias que atuam num perímetro próximo, mas a coligação jamais atacaria, intencionalmente, uma unidade militar síria", diz o comunicado do comando de forças americanas no Médio Oriente.

O exército russo confirmou que 62 soldados foram mortos em um ataque, mas o Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH) avança com pelo menos 30 militares mortos.

Na Síria vive-se um período de trégua negociada pelos Estados Unidos e Rússia desde segunda-feira, embora esta não esteja a ser cumprida. Este período pacífico abrange o exército sírio e os grupos rebeldes, mas não os considerados mais extremistas, o EI e a frente Fateh al Sham.