“O governo russo decidiu proibir a entrada na Federação Russa de mercadorias da Ucrânia ou que passem pelo território ucraniano”, afirmam as autoridades em comunicado citado pela agência de notícias France Press.
O documento apresenta ainda uma lista de produtos que não podem passar a fronteira: Trigo, óleo de girassol, chocolate, pão, frutas e vegetais enlatados, geleias, cerveja e vinho, fraldas para bebês, assim como certos tipos de móveis e motores.
A proibição tem um efeito imediato, segundo o comunicado, que explica ainda que esta decisão é tomada em resposta aos “atos hostis da Ucrânia contra cidadãos russos ou entidades legais”.
A Rússia foi alvo de sanções económicas ucranianas e ocidentais desde 2014, principalmente por causa da anexação da península da Crimeia no sul da Ucrânia.
Kiev e o Ocidente também culpam a Rússia de apoiar militarmente os separatistas pró-russos no leste da Ucrânia, acusação que é negada por Moscovo.
A Rússia enfrenta ainda acusações de ter avançado como “ações ilegais” após um recente confronto marítimo no Mar Negro.
A 25 de novembro, a Rússia apresou três navios de guerra ucranianos ao largo da Crimeia e deteve os 24 elementos a bordo, acusando-os de terem entrado ilegalmente nas suas águas territoriais.
Tratou-se do primeiro confronto militar aberto entre os dois países desde a anexação da península ucraniana da Crimeia em 2014 e do início do conflito no leste da Ucrânia entre as forças governamentais de Kiev e as forças separatistas pró-russas, que já fez, até à data, mais de dez mil mortos.
Na quarta-feira, o presidente ucraniano Petro Poroshenko anunciou também a aplicação de novas sanções contra a Rússia, incluindo a “agressão contra o Estado ucraniano no Mar Negro”.
Uma declaração que surgiu um dia depois de a Rússia ter declarado que tinha mais 245 personalidades e sete empresas ucranianas na sua lista de sanções.
Entretanto, esta sexta-feira, a França e a Alemanha reforçaram os apelos para “um cessar-fogo sólido, completo e duradouro no leste da Ucrânia”, região afetada por um conflito desde 2014, para permitir “a execução de medidas humanitárias essenciais” para a população civil.
Entretanto, também hoje os presidentes de Rússia, Vladímir Putin, e da Bielorrusia, Alexandr Lukashenko, estiveram reunidos pela segunda vez esta semana para tentar solucionar o contencioso comercial que os seus países enfrentam há várias semanas.
Das negociações, as duas partes consideram apenas comprometer-se a criar um grupo de trabalho para revolver as disputas bilaterais.
O principal ponto de discórdia prende-se com a conhecida “manobra fiscal”, segundo a qual a Rússia reduzirá a zero as tarifas fiscais relativas à exportação de petróleo, em 2024, ao mesmo tempo que aumenta o imposto da exploração mineira.
A decisão prejudica a Bielorrússia que terá de pagar muito mais pelo crude russo, estimando-se um prejuízo que ronda os 10.800 milhões de dólares, segundo a agência de notícias espanhola EFE.
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