“Declaramos mais do que uma vez que a solução do problema alimentar exige concentração global e está relacionada com o levantamento das sanções contra as exportações e as transações financeiras [russas]”, disse o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia Andrei Rudenko, citado pela agência Interfax.
O governante russo acrescentou que a Ucrânia deve desminar todos os portos onde se encontram os navios.
“A Rússia está disposta a dar um passo humanitário”, disse Rudenko, que não especificou se existem contactos sobre a abertura do eventual corredor de navegação (que Moscovo classificou “humanitário”) desde o porto de Mariupol, no Mar de Azov, até ao Mar Negro.
O vice-ministro dos Negócios Estrangeiros russo disse ainda que a situação no Mar Negro pode agravar-se “consideravelmente” caso cheguem à região navios de escolta a cargueiros de cereais, uma possibilidade que foi noticiada na imprensa internacional.
Rudenko recusou ainda as acusações de que Moscovo está a “roubar” os cereais que se encontram armazenados nos portos ucranianos.
Da mesma forma, o chefe do Centro Nacional de Comando da Rússia, general Mikail Mizintsev (Ministério da Defesa), acusou “o Ocidente” de tentar retirar os cereais da Ucrânia sem se “importar” que os silos ucranianos fiquem vazios.
De acordo com o mesmo oficial, em seis portos ucranianos no Mar Negro estão bloqueados “70 navios estrangeiros de 16 países” sendo que, acusou, a artilharia de Kiev e as minas navais “não permitem” a saída dos navios.
Segundo o relatório diário do general Konashenkov, a zona do porto de Mariupol está agora livre de minas navais, assim como as costas adjacentes.
“Na cidade de Mariupol, ‘República Popular de Donetsk’ libertada dos combatentes ucranianos terminou a operação de desminagem e desmilitarização do porto marítimo”, disse.
Entretanto, notícias publicadas hoje na imprensa russa, foram neutralizados “doze mil artefactos explosivos nas costas do Mar de Azov”.
A Rússia anunciou no passado dia 21 de abril a ocupação parcial de Mariupol, após várias semanas de assédio militar que culminou com a rendição de mais de 2.400 defensores ucranianos que se encontravam no reduto de Azovstal, uma fábrica metalúrgica com 11 quilómetros quadrados.
O mesmo general anunciou hoje a abertura do corredor de navegação desde Mariupol para a saída de navios estrangeiros em direção ao Mar Negro e que nos próximos dias, entre as 05.00 e as 16:00 locais vai ser permitida a passagem de navios estrangeiros bloqueados nos vários portos da região: Kherson, Mykolaiv, Chornomorsk, Ochakov, Odessa e Yuzhny.
Estas informações ainda não foram confirmada por meios independentes.
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