“Estamos agradecidos à parte brasileira pela contribuição para a solução desse conflito que precisamos resolver de forma duradoura e imediata”, afirmou o responsável russo, durante uma conferência de imprensa, sem direito a perguntas, em Brasília, no Palácio Itamaraty, ao lado do seu homólogo brasileiro, Mauro Vieira.
Sergei Lavrov atirou ainda as responsabilidades da guerra para o Ocidente, que, segundo o diplomata russo, quer “manter as posições financeiras e políticas”.
“Isso motivou a situação que temos hoje, inclusive em relação à NATO, à comunidade europeia e à Ucrânia”, afirmou, segundo a tradução simultânea em português.
O Brasil é a primeira paragem de Lavrov numa digressão que, nos próximos dias, o levará também à Venezuela, Cuba e Nicarágua, três países que mantêm relações económicas e políticas intensas com a Rússia.
Após o encontro com Vieira, Lavrov deverá ser recebido pelo Presidente brasileiro, Lula da Silva, na sua residência oficial em Brasília para um encontro privado.
A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia causou até agora a fuga de mais de 14,6 milhões de pessoas - 6,5 milhões de deslocados internos e mais de 8,1 milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Neste momento, pelo menos 18 milhões de ucranianos precisam de ajuda humanitária e 9,3 milhões necessitam de ajuda alimentar e alojamento.
A invasão russa - justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.
A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra, que hoje entrou no seu 418.º dia, 8.490 civis mortos e 14.244 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.
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