O presidente russo, Vladimir Putin, reuniu quarta-feira e hoje em Sochi (sudoeste) chefes de Estado e de Governo de 43 dos 54 países africanos e aproveitou a ocasião para assinar novos acordos de cooperação nuclear e para expor as novidades da indústria militar aos convidados de um continente que representa 40% das vendas de armas e equipamentos militares.
Em matéria nuclear, Sochi foi palco da assinatura de acordos de cooperação entre a agência nuclear russa Rosatom e os governos da Etiópia, para a construção de “uma central nuclear de grande capacidade”, e do Ruanda, para a construção de um centro de investigação.
Segundo o diretor executivo da Rosatom, Alexei Likhachev, estes acordos juntam-se a protocolos já assinados com outros 18 países africanos, entre os quais Egito, Gana, Nigéria, Quénia, Sudão, Uganda e Zâmbia, o que demonstra o interesse russo num continente onde existe uma única central nuclear, na África do Sul.
Outra vertente do interesse russo em África envolve a venda de armamento.
“África representa 40% do volume do portefólio de encomendas atuais, tanto em termos de valor como de entrega de diferentes tipos de armas e de equipamentos militares”, explicou à agência France-Presse Alexandre Mikheev, presidente da Rosoboronexport, a empresa pública russa de venda de armamento.
A empresa trabalha atualmente com “vinte países” africanos, tendo “cerca de 12 mil milhões de dólares em contratos assinados e pagos”, precisou.
Este ano, disse ainda, a Rosoboronexport fez entregas a nove países de África, entre os quais Angola, Moçambique, Ruanda e Uganda.
Segundo uma reportagem da agência em Sochi, os ‘stands’ de armamento e equipamento militar ocupam “a parte de leão” do espaço do complexo que acolhe o fórum.
O grupo empresarial estatal Rostec, que agrupa a quase totalidade do parque industrial militar russo, está nomeadamente representado em Sochi pelas empresas Kalashnikov (metralhadora ligeira), Almaz-Antey (sistemas anti-aéreos e blindados) e Pribor (munições).
A AFP descreve como empresários russos e africanos enchem os ‘stands’ para ter a oportunidade de manipular armas, tirar fotografias ou folhear catálogos traduzidos para português e francês.
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