“Os russos e os ucranianos acreditam que podem ganhar a guerra. Não vejo qualquer possibilidade, a curto prazo, de uma negociação séria”, disse numa entrevista à RFI o diplomata português, que reconheceu que o objetivo agora é procurar alternativas para atenuar as consequências de uma guerra que deverá durar muito tempo.

Falou, por exemplo, na aceleração das exportações de cereais e fertilizantes ucranianos e russos porque há países que estão a passar por dificuldades, especialmente em África.

Em relação à vala comum com 440 sepulturas descobertas na sexta-feira na cidade ucraniana de Izium, na região de Kharkiv, Guterres disse esperar que o Tribunal Penal Internacional possa investigar para apurar responsabilidades.

Depois de ouvir o relatório tornado público pela alta comissária para os Direitos Humanos, Michele Bachelet, que foi muito crítica quanto às políticas do governo chinês na região de Xinjiang e do grupo étnico uigur, Guterres apelou a Pequim para “restabelecer as condições” para que este grupo étnico “possa ter” os seus direitos humanos “respeitados”.

“Ainda mais importante é que esta comunidade possa sentir que a sua identidade cultural e religiosa é respeitada e que tem condições para participar na sociedade [chinesa] como um todo. Espero que esta questão, que penso ser essencial, seja resolvida”, disse Guterres.