A represa de Solai, próxima de Nakuru, a 160 km de Nairóbi, cedeu às 21h locais de quarta-feira. A água destruiu as casas modestas desta zona rural.

Durante toda a noite, as equipas de emergência, com a Cruz Vermelha local à frente, trabalharam para auxiliar os sobreviventes e recuperar os corpos das vítimas.

"A busca e as tarefas de emergência continuam. Mais corpos foram encontrados", afirmou o comandante da Polícia regional, Gideon Kibunjah.

"É uma catástrofe, porque a maioria dos habitantes estava a dormir no momento da tragédia", relatou.

Trinta e seis pessoas foram internadas em hospitais da região.

Fontes locais afirmaram à AFP que a represa era usada para irrigar as quintas da zona e, perto do local, havia casas de trabalhadores agrícolas.

Fotografias da região da tragédia mostram as equipas de emergência entre os escombros de casas de madeira.

Um polícia que pediu anonimato afirmou que os socorristas haviam percorrido, durante a manhã, metade da área afetada pela rutura da represa.

Mais de 170 pessoas morreram no Quénia devido às inundações desde o início da temporada de chuvas em março. Antes da rutura da represa de Solai, o governo tinha anunciado um balanço de 132 vítimas fatais.

O Quénia tem duas temporadas de chuvas por ano: de outubro a dezembro e de março a junho. As três últimas foram relativamente calmas, mas a atual provocou tempestades intensas sobre boa parte do país e o leste da África.

Recentemente, a Cruz Vermelha queniana fez um apelo para juntar cinco milhões de dólares e ajudar os desalojados de 32 dos 47 condados do país.

As inundações derrubaram pontes e casas. Em várias regiões, o Exército utilizou helicópteros para resgatar moradores presos nas suas casas.

Em Ruanda, 215 pessoas morreram desde janeiro em inundações e deslizamentos provocados pelas chuvas, de acordo com o balanço oficial do governo.

As chuvas torrenciais também afetam a Somália, após uma forte seca. A cidade de Beledweyne, no centro-sul do país, sofreu inundações depois da cheia do rio Shebelle. A AMISOM (Missão da União Africana na Somália) retirou 10.000 habitantes da localidade.