“Em 13 de novembro, após intensas negociações, a Ryanair assinou um acordo com o SNPVAC”, refere a companhia aérea numa resposta por escrito à Lusa, adiantando, que “lamentavelmente, o acordo assinado não foi aceite pelos associados do sindicato” pelo que, “como resultado”, tem “de lidar com o atual excesso de tripulantes de cabine, avançando com um despedimento coletivo”.
Na mesma resposta à Lusa, a companhia área ‘low-cost’ refere ainda que não tem quaisquer vagas para tripulantes de cabine em Portugal, mas antes excesso, situação que leva ao recurso ao despedimento coletivo.
Esta posição da Ryanair surge depois de, esta sexta-feira, o SNPVAC ter acusado a empresa de aviação de violar o Código do Trabalho, ao iniciar um despedimento coletivo na base do Porto enquanto promove cursos de formação para novos tripulantes.
“Enquanto a Ryanair inicia um processo de Despedimento Coletivo, o SNPVAC tem conhecimento que a companhia está a realizar, em simultâneo, cursos para novos tripulantes, violando grosseiramente o Código de Trabalho”, afirmou o sindicato, em comunicado enviado às redações.
Segundo os representantes dos trabalhadores, a Ryanair retomou, em 01 de dezembro, o processo de despedimento coletivo de tripulantes de cabine na base do Porto, que abrange 23 profissionais, “dando assim cumprimento às suas ameaças”.
O SNPVAC disse, também, que apelou para que a companhia aérea irlandesa, durante a última semana, chegasse a um entendimento entre as partes, mas, “infelizmente, a empresa optou por outro caminho”, reiniciando o processo de despedimento coletivo.
Na resposta à Lusa, a Ryanair refere que o acordo rejeitado pelos sócios do SNPVAC tinha termos semelhantes ao acordo a que diz ter conseguido chegar “com a maioria dos tripulantes de cabine em Portugal”, e lamenta a decisão deste sindicato “leve à perda de empregos”, apesar dos esforços que fez “para proteger o emprego durante a maior crise que o setor da aviação já enfrentou.
As previsões para a retoma do setor da aviação têm vindo a ser revistas em alta, na sequência do anúncio da passagem à fase de aprovação pelas autoridades competentes da primeira vacina contra a covid-19.
“Mesmo as previsões mais conservadoras apontam para uma retoma a partir de 2021, com necessidades adicionais de pessoal a partir de 2022. Não faz sentido ajustar a estrutura a uma situação transitória para depois aumentar nos anos seguintes, com custos adicionais de recrutamento e formação”, defendeu o SNPVAC.
A entidade sindical lamenta que a Ryanair não demonstre uma “real intenção de salvaguardar os seus recursos humanos”, após várias semanas de negociação com os representantes dos tripulantes, que dizem ter estado disponíveis para dialogar.
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