A diretiva intima os navios privados, nomeadamente o italiano "Mar Jónio", a “respeitar legitimamente as prerrogativas de coordenação das autoridades estrangeiras” responsáveis pelos resgates.

O ministério referiu a ameaça das “centenas de terroristas islâmicos” que se aproveitam do conflito na Líbia para chegar ao mar Mediterrâneo, acrescentando que os traficantes “exploram” a presença dos navios humanitários na costa da Líbia.

“Nós esperamos que a diretiva não se refira à autoridade líbia”, afirmou a ONG Mediterranea, acrescentando: “Isso seria uma incitação ao crime: se já era crime levar as pessoas resgatadas de volta para a Líbia, hoje com a guerra em curso, é simplesmente criminoso”.

No passado dia 19 de março, o “Mar Jónio” foi apreendido pelas autoridades italianas no âmbito de uma investigação por suspeita de auxílio à imigração ilegal. O inquérito visou o comandante do navio Pietro Marrone e o chefe de operações Luca Casarini.

Antes de ser apreendido, o navio humanitário tinha resgatado 49 migrantes, incluindo 12 menores, que se encontravam num bote pneumático, em dificuldades, a cerca de 40 milhas náuticas a norte da Líbia.

Uma lancha da guarda-costeira líbia encontrava-se perto dos migrantes, mas os ativistas italianos preferiram socorrer as pessoas e evitar que estas fossem entregues à Líbia, onde muitas correm o risco de agressões e de violência.

Posteriormente, o navio fretado pela Mediteranea posicionou-se ao largo da ilha italiana de Lampedusa, na Sicília, para se proteger do mau tempo. As autoridades italianas ordenaram que a embarcação permanecesse a uma certa distância.

Por não ter cumprido tal ordem, o navio foi apreendido e conduzido ao porto de Lampedusa, onde os migrantes desembarcaram.

A atual coligação governamental italiana, composta pela Liga (partido de extrema-direita) e o Movimento 5 Estrelas (M5S, populista), tem adotado uma linha dura em matérias relacionadas com as migrações e dificultado o trabalho dos navios humanitários envolvidos no resgate de migrantes no Mar Mediterrâneo.

Embora as autoridades italianas receiem que os combates na Líbia possam motivar milhares de africanos e líbios a fugir para o Mar Mediterrâneo, Salvini repetiu, nos últimos dias, que nenhum navio com migrantes está autorizado a desembarcar em Itália.

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