O ministro, que falava aos jornalistas à saída de uma audição no Parlamento, explicou as restrições hoje impostas pela Bélgica e pela Escócia aos viajantes de Portugal, ao mesmo tempo que evocou países, como a Grécia ou a República Checa, que levantaram condições.
“A nosso ver isso só mostra que campeia a descoordenação entre países, muitos deles Estados-Membros da União Europeia, e por isso mesmo é que a nossa posição tem sido sempre de que o compromisso tomado pelos nossos ministros da Administração Interna em junho foi o de reabrir o espaço Schengen e devemos fazê-lo”, afirmou.
Depois de uma audição em que defendeu repetidamente que medidas como a imposição de quarentenas a viajantes ou testes à entrada acabam por ter um efeito limitado, porque uma escala num país “seguro” evita a quarentena e um teste negativo não assegura imunidade, o ministro insistiu que o combate à pandemia passa por regras de higiene e saúde pública.
“Devemos todos coordenar-nos na imposição das medidas que realmente permitem combater a pandemia, desde as medidas de higienização, de proibição de ajuntamentos, de equipamentos proteção pessoal e, evidentemente, dotação dos serviços de saúde das capacidades indispensáveis”, defendeu.
“Creio que todos nós temos de nos mobilizar para controlar a pandemia, não tendo nenhuma ilusão de que ela ainda não nos abandonou, o vírus ainda não saiu do nosso seio […] e quem tenha a ilusão de que já se conseguiu livrar do vírus está mesmo muito enganado e vai ficar muito desiludido”, assegurou.
Sobre os casos concretos da Escócia e da Bélgica, o ministro explicou que, no primeiro caso, o governo autónomo escocês tem “uma abordagem ainda mais restritiva que o Reino Unido”, pelo que impôs aos passageiros oriundos de Portugal o dever de auto-isolamento, “como colocou por exemplo também passageiros oriundos de Espanha”.
No caso da Bélgica, Santos Silva frisou que, o “semáforo” do portal do Ministério dos Negócios Estrangeiros belga que coloca Portugal com “luz amarela”, “juntamente com outros países como a Espanha, a Dinamarca, a Grécia e outros”, “é um aviso às pessoas de que podem estar sujeitas a algum tipo de restrições ou condicionalismos”.
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