Augusto Santos Silva, que falava à margem da inauguração da exposição “Além do Dever”, uma homenagem ao papel de diplomatas como Aristides de Sousa Mendes, Carlos Sampaio Garrido e Teixeira Branquinho no salvamento de milhares de pessoas durante a Segunda Guerra Mundial, falou dos três diplomatas como uma “inspiração”.
“O que estes três diplomatas fizeram na Segunda Guerra Mundial deve ser uma fonte de inspiração para o que temos de fazer hoje. Não podemos admitir lógicas de apartheid, segregação ou extermínio, qualquer que seja o nome que os judeus da Segunda Guerra Mundial tenham hoje”, afirmou o ministro, criticando desta forma as visões divergentes de alguns países europeus face às políticas migratórias.
“Temos o dever de acolher aqueles que fogem à guerra, à perseguição, à ameaça de morte, que têm a sua vida em perigo (…) Hoje temos refugiados e devemos acolhê-los”, destacou, acrescentando que está subjacente uma “ordem moral que nos obriga a fazer o que consideramos justo mesmo que para isso tenhamos de desobedecer aos poderes do momento”.
Sem nunca referir os nomes de países com políticas anti-imigração, como Itália ou Hungria, o chefe da diplomacia portuguesa afirmou que há “linguagens incompreensíveis” para alguns países mas considerou que é “esta [a linguagem de França, Alemanha, Portugal, Bélgica, Holanda, Espanha, Luxemburgo, Dinamarca ou Suécia] que conta e que devemos continua a falá-la”.
No entanto, constatou, “infelizmente no Conselho de Negócios Estrangeiros da UE é hoje cada vez mais frequente falar linguagens diferentes e incomunicáveis”.
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