“O aumento de volume de negócios no primeiro semestre deste ano é de cerca de 50% em relação ao período homólogo de 2018”, avançou à agência Lusa Maria Cunha, uma das fundadoras da jovem marca portuguesa, que celebra este ano o 7.º aniversário.

O negócio das Josefinas, fundado pela dupla de amigas Maria Cunha e Filipa Júlio, tem-se vindo a afirmar no mercado mundial, criando umas sabrinas especiais feitas à mão por costureiras e sapateiros, numa pequena fábrica de calçado edificada em Nadais, a Norte de Portugal.

O México e Hong Kong são alguns dos principais destinos no mundo para onde são exportadas, por correio normal, os milhares de modelos de Josefinas, inspirados ora no ballet russo, ora na literatura árabe das “Mil e uma Noites”, ora na obra de literatura infantil de Lewis Carol “Alice no país das Maravilhas”.

Desde que a ‘influencer’ das redes sociais Chiara Ferragni calçou umas sabrinas Josefinas que “as vendas dispararam”, especialmente no México, revelou Maria Cunha.

Ao contrário do México, cujas Josefinas prediletas são sapatilhas, em Hong Kong o ‘best seller’ são as sabrinas, onde a escolha é entre mais de 100 modelos, desde o Black Lisbon, Paris, Safari, Rainha de Copas, Moscovo, Opium, Show Girl, até ao mais recente, o Burel Couture Black, com um material oriundo da Serra da Estrela que é “sustentável, português, termorregulável e confortável”, descreve Maria Cunha.

Na Europa, Portugal é o país melhor posicionado no ‘ranking’ dos que mais compram a marca que já ganhou recomendações de revistas de moda consagradas como a Vogue, Elle ou Grazia, mas o Reino Unido vem logo a seguir, bem como a Suíça e Alemanha, contou a fundadora, referindo que os EUA são outro país importante para as exportações da marca 'made in' Portugal, visto que absorve atualmente “20% da produção total”.

A marca Josefinas, que entrou no mercado mundial em 2013, não pretende criar lojas físicas. O plano para o futuro é continuar a desenvolver os eventos ‘pop-up’ de um dia em Portugal e avançar para a internacionalização desses ‘pop up’ em 2020, revelou.

“Queremos avançar com a internacionalização das ‘pop up’”, acrescentou, recordando que já o fizeram em Londres (Reino/Unido) e querem continuar essa experiência.

Além de desenvolver o negócio dos sapatos, a marca portuguesa associou-se recentemente à Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV) e vai lançar no próximo dia 25 de novembro, Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra as Mulheres, um modelo de sabrinas pretas e brancas especialmente concebidas para chamar a atenção para o problema social da violência contra o género feminino.

“Não bater” ou “Não envergonhar” são algumas das mensagens que vão estar escritas nas tradicionais etiquetas colocadas no vestuário que por norma têm informação sobre a composição têxtil.

O negócio das sabrinas feitas à mão por costureiras e sapateiros do Norte de Portugal entrega uma parte da receita à organização humanitária “Women for Women International (WfWI)”, para ajudar mulheres em perigo. A WfWI dá o apoio necessário às mulheres para abrirem um negócio próprio ou para terem formação e aprenderem uma profissão.

As Josefinas nasceram em homenagem à mulher e avó de nome Josefina, que acompanhava Filipa Júlio, uma das fundadoras da marca, nos passeios que dava pelas ruas da cidade do Porto.