Podem crescer até ao tamanho de uma mão humana, num primeiro olhar parecem folhas e vivem apenas no Monte Kapatur, na Austrália. Depois dos incêndios, temeu-se pela sobrevivência da espécie, mas a chuva trouxe as boas notícias: guardas florestais do National Parks and Wildlife Service viram cerca de 60 exemplares das lesmas de cores vivas, conta o The Guardian.

Algumas das lesmas fluorescentes sobreviveram ao incêndio porque conseguiram “recuar para as fendas das rochas” durante o calor, disse o malacologista [especialista no estudo de moluscos] do Museu Australiano Frank Köhler.

Contudo, cerca de 90% da população de lesmas, que também hiberna em cascas e árvores, terá sido morta nos incêndios, referiu.

Também as fontes alimentares destes animais foram queimadas pelo fogo, mas Köhler disse que as espécies devem recuperar de forma relativamente rápida.

Nos próximos meses, a lesma pode correr o risco de ser vista mais facilmente por pássaros e mamíferos famintos, devido à paisagem queimada, mas a cor brilhante também pode servir como um aviso para dissuadir os predadores.

Lesmas e caracóis "são a base de todos os nossos ecossistemas", disse Köhler. "São a fonte de alimento fundamental para muitos mamíferos e pássaros".

"As espécies não existem independentemente de outras espécies, e precisamos de tentar manter todo o sistema e todas as espécies nele contidas contra impactos ambientais como os incêndios", disse Köhler.

O Monte Kapatur foi formado por um vulcão agora extinto e é o lar de pelo menos 20 espécies de caracóis e lesmas que não foram ainda encontradas em nenhum outro lugar do mundo, sendo por isso a área identificada como uma comunidade ecológica ameaçada.