“Ao final de sete dias de intensas operações de busca para localizar os nove desaparecidos depois do naufrágio ocorrido a 25 de abril, perto da ilha do Príncipe, o navio patrulha ‘Zaire’, da Marinha portuguesa, suspendeu hoje as atividades ainda em curso”, precisa o EMGFA, em comunicado.
O navio “Amfitriti”, que fazia a ligação entre as ilhas de São Tomé e do Príncipe, uma viagem que dura entre seis e oito horas, naufragou no passado dia 25 de abril perto da ilha do Príncipe com 64 passageiros e oito tripulantes a bordo, bem como 212 toneladas de carga.
Segundo as autoridades locais, o acidente causou a morte de oito pessoas, quatro das quais crianças, e nove desaparecidos, tendo sido resgatadas 55 pessoas com vida.
O EMGFA adianta que o presidente do Governo Regional do Príncipe, José Cardoso Cassandra, transmitiu hoje de manhã ao comandante do navio patrulha português "Zaire"’ “o profundo agradecimento pelo esforço desenvolvido por Portugal, através da Marinha, em apoiar São Tomé e Príncipe após esta tragédia”.
Segundo o Estado-Maior General das Forças Armadas, a ondulação forte que se fez sentir durante os últimos dias provocou o embate violento do navio naufragado contra as rochas do ilhéu da Tinhosa Grande, o que provocou o afastamento do navio da sua posição inicial.
As operações de mergulho para localização da embarcação junto à última posição conhecida (junto à escarpa do ilhéu) mantiveram-se interruptas desde então, indica o EMGFA.
De acordo com o EMGFA, os mergulhadores da Marinha portuguesa conseguiram ainda recolher diversas bagagens a boiar e, no fundo, junto à última posição conhecida do navio, foi também detetado um rasto de destroços, a 15 metros de profundidade, o que obrigou à extensão das buscas no fundo.
O EMGFA explica que toda a zona com profundidade passível para efetuar operações de mergulho sem ultrapassar os limites de segurança, até 40 metros, foi vistoriada, o que só foi possível devido "à excelente visibilidade subaquática".
“Em complemento foi efetuada uma vistoria posterior com mergulhadores na água em todo o redor dos dois ilhéus da Tinhos para tentar localizar mais uma vez destroços ou eventuais vestígios”, refere, sublinhando que os mergulhadores da Marinha utilizaram um robot subaquático (ROV) para investigar até aos 100 metros do fundo.
O EMGFA frisa também que o robot subaquático foi utilizado para efetuar uma busca num raio de 200 metros, mas não foi detetado qualquer objeto e toda a área circundante do ilhéu foi vistoriado com recurso ao ROV e mergulhadores.
Segundo a nota, decorreram ainda buscas à superfície pelo navio patrulha “Zaire” e com 'drones' (aparelhos aéreos não tripulados) operados por fuzileiros da Marinha portuguesa, bem como buscas em profundidade pela equipa de seis mergulhadores portugueses e mais dois da guarda-costeira de São Tomé e Príncipe.
O EMGFA frisa ainda que, nesta operação “complexa de busca e salvamento marítimo”, a Marinha portuguesa empenhou o navio patrulha “Zaire”, que se encontra em missão de cooperação de longa duração na região há mais de um ano e que já opera com guarnição conjunta com militares da Guarda Costeira de São Tomé e Príncipe.
Para a missão foram mobilizados seis mergulhadores e dois fuzileiros que viajaram de Portugal para apoiar a missão em curso, e o Centro de Coordenação de Busca e Salvamento Marítimo de Lisboa, que prestou apoio contínuo à Guarda Costeira de São Tomé.
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