No decurso do congresso extraordinário do Partido Social-democrata (SPD) em Dortmund, no coração do Ruhr industrial, o antigo presidente do parlamento europeu esforçou-se por relançar a sua campanha eleitoral e decidiu alterar o seu discurso face à chanceler conservadora.

Schulz atacou a “arrogância do poder” numa referência direta a Angela Merkel, da União Cristã Democrata (CDU), à frente do executivo alemão desde 2005 e que se apresenta a um quarto mandato consecutivo podendo entrar na história em termos de longevidade no poder.

Designado no final de janeiro candidato dos sociais-democratas para a chancelaria, Schulz, 61 anos, registou um começo prometedor face a uma Angela Merkel ainda fragilidade pelas críticas contra a sua política de abertura aos refugiados.

No entanto, a recuperação de Merkel foi rápida, com o seu campo a vencer de seguida três eleições regionais, e com a última sondagem, hoje divulgada, a fornecer uma vantagem de 15 pontos à chanceler face ao líder do SPD (39% contra 24%).

O líder do parceiro menor da “grande coligação” que governa a Alemanha liderada pela CDU de Merkel, acusou a sua opositora às legislativas de “impedir de forma sistemática os debates sobre o futuro do país”, definindo essa atitude de “ataque contra a democracia”.

Num longo discurso de 80 minutos, Martin Schulz detalhou o seu programa legislativo, centrado no tema da “justiça social” e que seu partido aprovou hoje por unanimidade.

Foram prometidas uma redução dos impostos para a classe média e camadas populares, e maior pressão fiscal para os mais ricos, para além de ensino gratuito.

O líder do SPD também se comprometeu, caso seja eleito, a legalizar o casamento homossexual, um tema evitado pelos conservadores, e considerou a medida uma condição para eventuais acordos de coligação.

Numa referência à arena internacional, disse que o Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, tem de regressar ao “caminho da democracia” e libertar os jornalistas e opositores que permanecem na prisão.

Schulz também criticou o Presidente dos EUA, Donald Trump, que “não é de confiança”, e assegurou que com um governo social-democrata, Berlim não vai atribuir 2% do seu PIB às despesas militares, como exige Washington, porque “não é razoável” e porque a Alemanha não pretende afirmar-se como “o maior exército da Europa”.

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