“Seguramente que no CDS não pediremos que continue a ser primeiro-ministro, até porque falamos de um Governo que falha quase tudo naquilo que depende de si”, afirmou o também eurodeputado.
O líder do PS e primeiro-ministro, António Costa, admitiu, numa entrevista publicada hoje no Diário de Notícias (DN), que sem Orçamento para 2019 a queda do Governo “é inevitável”, um cenário que recusa.
Numa declaração aos jornalistas à margem do Conselho Nacional do CDS-PP, em Évora, Nuno Melo referiu que a gestão interna do Governo do PS com o PCP e o Bloco de Esquerda é “um problema de António Costa”.
“Em relação ao CDS, não nos atemoriza um segundo, porque no dia em que António Costa decidir pôr o seu lugar à disposição, terá, no contraponto, o CDS completamente mobilizado para lhe ser alternativa nas urnas”, vincou.
Nuno Melo criticou o Executivo de António Costa, nomeadamente pela atuação no combate aos incêndios florestais e pela situação do setor da saúde, considerando que “este Governo tem muitas razões para sair e deixar de o ser”.
“Falhas, da saúde aos incêndios, como se percebe com pessoas que se demitem das entidades mais relevantes, sendo que, na tragédia de 2017, seguramente que nada acontecerá melhor com cabras sapadoras ou SMS que, como se percebe, demorarão 24 horas a ser operacionalizados ou [helicópteros] Kamov que foram comprados pelo [então] ministro da administração interna António Costa mas que não saem do chão”, disse.
À frente de um Governo do PS desde 2015, com o apoio parlamentar da esquerda (PCP, BE e PEV), António Costa disse, na entrevista hoje divulgada pelo DN, olhar com otimismo para um acordo para o Orçamento do Estado para 2019, esperando não estar a ser um “otimista irritante”, como lhe chamou o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.
“Não tenho nenhuma razão para pensar que em 2019 não vamos ter o Orçamento aprovado quando temos o de 2018, 2017, 2016”, afirmou Costa, repetindo esta ideia pelo menos mais uma vez ao longo da entrevista ao DN, dias depois de, em entrevista ao Público e à RR, Marcelo Rebelo de Sousa ter admitido o cenário de eleições antecipadas se a maioria que apoia o Governo não se entendesse no próximo Orçamento.
O secretário-geral socialista e primeiro-ministro explicou que o executivo e os partidos de esquerda aprenderam, nos últimos anos, a negociar o orçamento, “em que cada um afirma as suas posições”, numa “base muito leal, muito construtiva, com um esforço de todos para aproximar posições”.
“[Mas] é evidente que no dia em que esta maioria não for capaz de produzir um Orçamento, esse é o dia em que este Governo se esgotou e, inevitavelmente, isso implica a queda do Governo”, disse.
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