“Esta é uma retórica nuclear perigosa”, disse à margem da Assembleia Geral da ONU, em Nova Iorque, mas pedindo calma porque “isto não é novo, ele já o fez muitas vezes”.

“Vamos permanecer calmos e continuar a apoiar a Ucrânia”, declarou Stoltenberg num colóquio organizado pela agência de noticias Reuters, sublinhando que a Aliança não detetou qualquer alteração na postura nuclear da Rússia.

“Mas estamos a acompanhar de perto e continuamos vigilantes”, disse.

“O mais importante é evitar que isto aconteça”, defendeu, referindo ainda que a reação da NATO “dependeria, naturalmente, da situação e do tipo de armas que poderiam usar”.

“O discurso do Presidente Putin mostra que a guerra não está a decorrer como ele tinha planeado, fez um enorme erro de cálculo”, considerou o secretário-geral da NATO.

O Presidente russo, Vladimir Putin, decretou hoje a mobilização parcial de 300.000 reservistas para a guerra na Ucrânia, uma medida que procura contrariar o que chamou de “chantagem nuclear” da NATO, que visa “destruir” a Rússia.

Num discurso transmitido pela televisão, Putin advertiu que aqueles que procuram “chantagear” a Rússia com armas nucleares devem saber que “a rosa dos ventos pode virar-se contra eles”.

A mobilização surge na sequência do agendamento de referendos de integração na Rússia, para de 23 a 27 de setembro, nas autoproclamados repúblicas populares de Donetsk e Lugansk, e nos territórios ocupados do sul da Ucrânia nas regiões de Kherson e Zaporijia, consultas já condenadas pela comunidade internacional.

A Rússia lançou uma operação militar de ocupação da Ucrânia no dia 24 de fevereiro que se prolonga há quase sete meses.