Os médicos bem avisaram. Ou saíam da reunião com o Ministério da Saúde com um acordo ou avançavam com greves. E a verdade é que isso é o que vai mesmo acontecer, levando em conta as reuniões desta sexta-feira.
O que motivou esta decisão?
Os pré-avisos de greves já tinham sido avançados, primeiro pelo Sindicato Independente dos Médicos (SIM), que tinha anunciado greve nacional para 25, 26 e 27 de julho e também pela Federação Nacional dos Médicos (FNAM), esta para os dias 1 e 2 de agosto.
No entanto, estas greves eram condicionais. Tudo dependia da reunião desta sexta-feira com o Ministério da Saúde, de Manuel Pizarro. Resumindo, tanto o SIM como a FNAM tinham salientado que anulariam as greves se houvesse um acordo com o Governo. A realidade, contudo, é que não houve.
E porque não houve acordo?
De acordo com o Sindicato e a Federação dos Médicos, não houve acordo porque o Governo não apresentou quaisquer propostas.
"O Governo não fez aquilo que é a sua obrigação: apresentar propostas concretas em relação a quatro matérias, como a grelha salarial, a dedicação plena, o serviço de urgência e a organização e a disciplina do trabalho médico", salientou o SIM.
"O problema que se passa aqui é que parece não haver uma vontade por parte do Ministério de Saúde em andar com o processo para a frente. Questionamos até se o Governo não estará a tentar suspender esta negociação", afirmou Joana Bordalo e Sá da FNAM.
Qual o próximo passo?
Há uma nova reunião marcada para a próxima sexta-feira. Mas tanto o SIM como a FNAM salientam que só marcarão presença mediante um pressuposto.
"O SIM só irá à reunião se for o cumprido o compromisso que o Governo assumiu connosco de enviar os documentos” antecipadamente, garantiu o dirigente sindical, uma posição que é também assumida pela FNAM.
“Ficou muito claro que a FNAM só volta à mesa negocial se a proposta for enviada previamente”, disse à Lusa a presidente da federação, para quem a greve de 01 e 02 de agosto é a “única salvaguarda para que efetivamente essa proposta possa existir”.
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