Dos 262 votos contados, 214 foram a favor da aplicação do artigo 155 à Catalunha. 47 senadores votaram contra.
A medida implica a destituição do presidente da Catalunha, Carles Puigdemont, e de todos os membros do seu executivo, a limitação das competências do parlamento regional e a marcação de eleições num prazo de seis meses.
O anúncio acontece apenas minutos depois de o parlamento catalão ter aprovado a moção unilateral de independência com 70 votos a favor, 10 contra e dois em branco.
Antes do início da votação, os deputados dos partidos mais importantes que defendem a continuação da união com Espanha, em minoria, abandonaram a assembleia, deixando algumas bandeiras de Espanha nos lugares que antes ocupavam.
Reagindo rapidamente ao anúncio catalão, Mariano Rajoy pediu "tranquilidade a todos espanhóis", assegurando que o "Estado de Direito restaurará a legalidade da Catalunha". O primeiro-ministro convocou também um conselho extraordinário de ministros.
A primeira reação europeia à tensão na Catalunha foi de Donald Tusk: “Para a União Europeia nada muda. A Espanha continua a ser o nosso único interlocutor. Espero que o governo espanhol opte pela força da argumentação e não pelo argumento da força”, escreveu o presidente do Conselho Europeu no Twitter.
O Governo de Puigdemont organizou no dia 1 de outubro um referendo ilegal de autodeterminação: os independentistas afirmam que venceram com 90% dos votos, mas com uma taxa de participação de apenas 43%. Nove dias depois, Carles Puigdemont disse no parlamento regional que assumia o “mandato do povo” para que a Catalunha seja um “Estado independente”, mas propôs a suspensão dos seus efeitos para procurar o diálogo com Madrid.
Sem diálogo, Madrid avançou com o pedido ao Senado para intervir diretamente na Catalunha por “desobediência rebelde, sistemática e consciente” do Governo regional (Generalitat), através da aplicação do artigo 155, que permite suspender a autonomia catalã. Antes do desfecho da sessão no Senado, na Catalunha declarou hoje unilateralmente a independência. Agora, Madrid responde com a suspensão da autonomia catalã. Assim escala a tensão na vizinha Espanha.
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