Verificou-se o “encerramento de milhares de camas sempre com fundamento em reestruturações e `pseudo´ reformas que vieram a redundar no sentido de abrir e viabilizar as milhares de camas do setor privado que hoje temos”, afirmou o presidente do SEP, José Carlos Martins, ouvido na Comissão Eventual para o acompanhamento da aplicação das medidas de resposta à pandemia da doença covid-19 e do processo de recuperação económica e social.
Segundo o dirigente sindical, o país chegou a este “nível dificuldade de resposta” à pandemia devido ao “subfinanciamento do SNS ao longo de vários anos pelos sucessivos governos”, o que resultou na falta de investimento em equipamentos e instalações, assim como na contração de enfermeiros em número insuficiente.
“Chegamos aqui também pela ausência de uma política de promoção da saúde e, em concreto, dirigida às pessoas idosas e mais frágeis”, alertou José Carlos Martins, ao preconizar que deveriam ter sido criadas equipas de profissionais de saúde para um acompanhamento regular, através de visitas presenciais, dessas pessoas.
Através destas equipas, seria possível uma vigilância contínua das pessoas mais fragilizadas, caso de idosos com doenças crónicas e que são grupo de risco da covid-19, permitindo que não entrassem em descompensação e evitando que, por isso, tivessem de se dirigir às urgências hospitalares, explicou.
Perante os deputados, o presidente do SEP alertou ainda para a necessidade de quebrar as cadeias de transmissão do novo coronavírus, através de um reforço das equipas de saúde pública.
“Apesar de algumas entradas de trabalhadores de várias áreas para as equipas de saúde pública, o número de pessoas continua a ser extremamente insuficiente para o desenvolvimento dos inquéritos epidemiológicos, com vista à identificação, à testagem e ao isolamento” dos casos detetados, disse José Carlos Martins.
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