Nos destaques da programação para 2020, hoje apresentada, a Fundação de Serralves revela que a nova exposição de Miró volta a ser comissariada pelo especialista e académico Robert Lubar Messeri, que também esteve por trás de “Materialidade e Metamorfose” e “Joan Miró e a Morte da Pintura”.
“A mostra estará dedicada a sua relação com a linguagem, mais especificamente com a Poesia e com o mundo literário. A exposição sublinhará as relações de Miró com a produção literária de nomes como Alfred Jarry e André Breton, entre muitos outros, e com expressões linguísticas que influenciaram decisivamente a modernidade na arte moderna ocidental, nomeadamente a caligrafia japonesa”, pode ler-se no documento enviado à imprensa.
A Fundação de Serralves confirmou ainda que as obras, delineadas por Álvaro Siza, de adaptação da Casa de Serralves para acolher a Coleção Miró proveniente do antigo Banco Português de Negócios vão ser feitas este ano.
“A Coleção Miró continuará assim em 2020 a ser alvo de intensas pesquisa e divulgação, pois o acervo será não apenas apresentado ao público, mas estudado em profundidade. Com este objetivo, serão desenvolvidas parcerias com entidades internacionais para a colaboração na organização de novas mostras, mas também para a edição de publicações e programas de pesquisa. Estas atividades decorrerão em paralelo a uma gestão dos pedidos de empréstimo que valorize as parcerias com instituições internacionais e com os imprescindíveis trabalhos de tratamento preventivo e conservação desta coleção ímpar”, realçou a fundação presidida por Ana Pinho.
Obras da coleção Miró depositada em Serralves continuam, até fevereiro, expostas em Nápoles, no âmbito da exposição “Joan Miró e a Linguagem dos Signos”.
Sobre a intervenção na Casa de Serralves, no final de 2018, Álvaro Siza Vieira afirmou que não será notada pelo visitante, sem que haja mudanças nas janelas, nas paredes exteriores ou nas interiores.
“Vou fazer muito. O que acontece é que não vou expor”, afirmou Siza Vieira, numa entrevista ao Expresso.
No âmbito do Protocolo de Depósito e de Promoção Cultural entre a Câmara Municipal do Porto e a Fundação de Serralves sobre as 85 obras de Miró na posse do Estado agora cedidas à cidade, a Câmara comprometeu-se a financiar, até um milhão de euros, as obras de ampliação, remodelação ou conservação da Casa de Serralves, que acolherá as obras de Miró.
A autarquia comprometeu-se ainda a um pagamento anual de 100 mil euros à Fundação de Serralves, pelo prazo de 25 anos, para que a coleção seja protegida e promovida nacional e internacionalmente.
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