Durante a gala transmitida em dezembro, a jovem April Benayoum, Miss Provence, disse que a sua paixão pela geografia se deve talvez às suas origens: a sua mãe é servo-croata e o seu pai ítalo-israelita.

As declarações geraram uma onda de mensagens de ódio no Twitter. "Eu voto contra a judia (...). Miss Provence é israelita, essa vadia (...). Eu boicoto Israel", leu a presidente do tribunal durante o julgamento em setembro.

Durante o processo num tribunal de Paris, os acusados admitiram que escreveram essas mensagens, mas nenhum deles reconheceu o seu caráter antissemita. Alguns afirmaram terem agido em nome da causa palestina.

No entanto, para os magistrados, as mensagens "tanto pelo [seu] conteúdo quanto pelo contexto" expressavam "uma rejeição à pessoa pela sua origem" ou "a sua suposta religião" e apontavam "diretamente" para Benayoum.

A Justiça impôs multas entre 300 e 800 euros a quatro mulheres e três homens, assim como o pagamento de uma indemnização a April Benayoum e a várias associações antirracistas.

Quatro deles vão precisar também de participar num "curso de cidadania" de dois dias, segundo a decisão do tribunal. O Ministério Público tinha pedido dois meses de prisão condicional para os condenados e para um oitavo homem, que foi absolvido.